O Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA), em comunicado enviado hoje à agência Lusa, revelou que os 15 profissionais de Saúde que vão ser empenhados neste apoio vão estar divididos por cinco equipas.
“Cada equipa é composta por um médico e dois enfermeiros, que serão empenhados em turnos de 24 horas, rotativos entre cada uma das equipas”, adiantou a mesma fonte.
Os primeiros militares estão no lar da Fundação Maria Inácia Vogado Perdigão Silva (FMIVPS) desde quinta-feira à noite e este apoio “irá durar, numa primeira fase, até à próxima terça-feira”, acrescentou o EMGFA, explicando que o envio resulta de um pedido feito pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil.
“A atividade dos militares inclui a organização e prestação de cuidados de rotina, bem como a avaliação clínica dos doentes e abordagem de eventuais intercorrências”, explicou a mesma fonte.
Os profissionais do Polo de Lisboa do Hospital das Forças Armadas vão ainda prestar “apoio de consultadoria/aconselhamento técnico em termos de gestão de processos e do espaço, no contexto das adaptações necessárias numa unidade em que se encontram doentes infetados por este vírus”, pode ler-se no comunicado.
Já no domingo passado, seis militares do Exército foram enviados para Reguengos de Monsaraz para prestarem apoio logístico e de saúde e na avaliação de processo de desinfeção das instalações do lar, divulgou, na segunda-feira, o EMGFA.
O secretário de Estado Adjunto e da Defesa Nacional, Jorge Seguro Sanches, elogiou hoje, em declarações à agência Lusa, a “extraordinária prontidão das Forças Armadas” nestas respostas, no âmbito da Proteção Civil.
“A intervenção dos militares nesta questão em concreto de Reguengos de Monsaraz é mais uma das situações em que as Forças Armadas têm vindo a ser chamadas na situação da pandemia” da covid-19 “como agentes de Proteção Civil”, assinalou.
Contactado pela Lusa, Jorge Seguro Sanches, que é também o coordenador no Alentejo da execução das medidas de prevenção e combate à pandemia provocada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2), reconheceu que o foco da doença existente em Reguengos de Monsaraz “preocupa bastante” as autoridades, mas manifestou a sua convicção de que vão ser obtidas “as soluções menos más” devido à “articulação de grande proximidade” que tem existido entre as diversas entidades para “suprir as necessidades”.
“As soluções nunca são ótimas porque estamos a falar de uma doença, mas serão seguramente as soluções menos más. É uma situação que, não só pelo número, mas quer também pelo facto de estarmos a falar de uma população idosa, nos preocupa bastante”, disse.
Segundo o governante, o Alentejo, que “é a região do país que mais testes realizou por percentagem da população” – mais de 5,5% dos habitantes já testados -, tem “mais de 2.000 camas” para doentes covid-19 “espalhadas por mais de 100 locais”, no âmbito dos planos de contingência, enquanto, nas unidades hospitalares, existem “à volta de 60 camas em enfermaria e, das 37 camas das unidades de cuidados intensivos, 16 estão alocadas” a doentes infetados pelo SARS-CoV-2.
O surto de covid-19 em Reguengos de Monsaraz, que começou no dia 18, com a 1.ª utente infetada no lar da FMIVPS, já causou a morte de dois utentes da instituição (um homem e uma mulher) e tem 124 casos ativos, de acordo com os dados divulgados esta manhã pela câmara municipal.
Destes casos ativos, 96 são no lar, dos quais 74 dizem respeito a utentes e 22 a funcionários, e 28 foram detetados na comunidade, disse o município. Estão internados cinco idosos e um trabalhador no Hospital do Espírito Santo de Évora, sendo que este e um dos utentes encontram-se nos cuidados intensivos.
Portugal contabiliza pelo menos 1.555 mortos associados à covid-19 em 40.866 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).
Comentários