Em causa está uma afirmação do porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Zhao Lijian, que sugeriu, na quinta-feira, que uma equipa de atletas do exército norte-americano teria introduzido o vírus em Wuhan, a cidade onde a pandemia se iniciou, quando ali se deslocou para uma competição, em outubro passado.
“O secretário de Estado enfatizou que o momento foi mal escolhido para semear desinformação e rumores absurdos e que está na altura de os países se unirem para combater uma ameaça comum”, disse o Departamento de Estado norte-americano, num comunicado que comentava a conversa telefónica entre os dois políticos.
Washington já tinha convocado o embaixador chinês em Washington, para lhe transmitir o desconforto com as insinuações, mas as autoridades dos EUA estão agora também preocupadas com a velocidade de propagação do vírus no seu país.
“Quando olhamos para as projeções, percebemos que há toda a possibilidade de que possamos ser a próxima Itália”, disse hoje Jerome Adams, cirurgião-geral dos EUA, numa entrevista televisiva, comentando o aumento significativo de casos de infeções.
Adams diz que os EUA atingiram o nível de infeções que Itália registou há duas semanas, sinal de que o vírus se está a propagar rapidamente e que o número de vítimas deverá aumentar significativamente nos próximos dias.
O cirurgião-geral diz que o número de testes está a ser aumentado, depois de muitas críticas ao Governo do Presidente Donald Trump, sobre o atraso na aplicação de mecanismos de rastreio da doença Covid-19.
Perante os alertas das autoridades, muitas cidades norte-americanas começaram a preparar-se para os cenários de medidas draconianas para conter o vírus.
Diversos estados norte-americanos começaram a encerrar escolas, suspender competições desportivas e fechar estabelecimentos comerciais.
Em Nova Iorque, Los Angeles e Chicago – três das mais populosas cidades dos EUA – as escolas fecharam totalmente e os governos estaduais avisam que poderá ser necessário decretar quarentena geral.
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