Uma fonte da direção da FEPONS indicou à agência Lusa que, neste momento, há uma preocupação acrescida relativamente aos afogamentos nas praias e recomenda que as pessoas não se aproximem da água, especialmente porque “a ondulação e as correntes marítimas estão fortes”.
A mesma fonte indicou que, apesar da grande preocupação a nível nacional com a propagação da Covid-19, “a principal tónica da FEPONS continua a ser o afogamento”, porque “se as pessoas não entendem a necessidade do isolamento social e vão para as praias, existe um risco maior de afogamento”.
No entanto, a FEPONS garantiu que está a colaborar com as entidades de saúde nacionais e desaconselha as idas à praia para evitar a propagação do novo coronavírus e “um risco aumentado de afogamentos”.
A federação sublinhou que “agora não vai haver reforço de nadadores-salvadores porque a época balnear só começa em 15 de maio”, defendendo que o conceito de época balnear “deve acabar” porque “deve haver vigilância nas praias durante todo o ano”.
A FEPONS apontou ainda que a competência de atribuição de nadadores-salvadores às praias “tem que passar, definitivamente, para as autarquias”.
A Câmara Municipal de Cascais tomou, na quinta-feira, algumas “medidas extraordinárias e em tempo recorde para alargar o controlo das praias fora da época balnear”.
Foram ativados por aquele município seis nadadores-salvadores para a praia de Carcavelos, quatro para a do Guincho, quatro para os areais de Cascais (Conceição, Duquesa, Rainha e Moitas), três para o Tamariz, dois para São Pedro e outros dois para a Parede.
Aquela autarquia sublinhou que o reforço de vigilância não implica que esta seja feita nos moldes e contingentes habituais, mas apenas que “há vigilância mínima assegurada por nadadores-salvadores, para que, ao problema grave de saúde pública, não se some outro de segurança”.
Por seu turno, a Câmara de Vila Nova de Gaia, no distrito do Porto, avançou, em comunicado, também na quinta-feira, que determinou “a interdição das praias fluviais e marítimas”, decisão que comunicou às respetivas entidades, nomeadamente Polícia Marítima e Polícia Municipal.
O novo coronavírus responsável pela Covid-19 foi detetado em dezembro, na China, e já provocou mais de 4.900 mortos em todo o mundo, levando a Organização Mundial de Saúde a declarar a doença como pandemia.
O número de infetados ultrapassou as 131 mil pessoas, com casos registados em mais de 120 países e territórios, incluindo Portugal, que tem 112 casos confirmados.
Segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS), dos 1.308 casos suspeitos, 172 aguardam resultado laboratorial.
Há ainda 5.674 contactos em vigilância pelas autoridades de saúde.
O boletim de hoje indica que há 11 cadeias de transmissão ativas, quase o dobro das registadas na quinta-feira.
Dos 112 casos confirmados de Covid-19 em Portugal, 107 estão internados.
Entre os doentes internados estão os casos de um menino com menos de 10 anos e de 15 jovens entre os 10 e os 19 anos.
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