Num comunicado divulgado um dia depois de o Governo ter anunciado novas medidas restritivas para combater a pandemia de covid-19, a Fenprof divulga a lista de escolas com casos confirmados, totalizando 506 os estabelecimentos de ensino, mas admite que o número poderá ser maior. Veja aqui a lista.
A Fenprof acusou o Governo de “tentar disfarçar o crescente aumento de casos de covid-19 nas escolas e insistiu na “necessidade de haver uma estratégia de informação e comunicação clara sobre o que se passa”.
A federação de professores portugueses considera também “irresponsável” e “inaceitável” que o Governo não tenha reforçado “as medidas de prevenção e segurança sanitária” nas escolas perante o atual quadro epidemiológico agravado.
“Para que as escolas continuem abertas sem se transformarem num dos principais fatores de transmissão da covid-19, é necessário que, nas salas de aula, seja garantido o distanciamento adequado a observar em espaços fechados e não, apenas, os centímetros possíveis que resultam das normas impostas pelo Ministério da Educação”, propõe a Fenprof.
No comunicado, defende também que sejam constituídos pequenos grupos, com a divisão das turmas, não sendo permitida a constituição de grupos com alunos de diferentes turmas, quer em determinadas disciplinas, quer em atividades de ocupação de tempos livres e que sejam contratados mais assistentes operacionais, uma vez que são necessários para assegurar os níveis indispensáveis de limpeza, desinfeção e segurança.
A Fenprof considera igualmente que deve ser reforçado os equipamentos de proteção individual, a realização de testes de diagnóstico perante a existência de casos de infeção e a divulgação de um mapa com as escolas onde existem casos ativos de covid-19.
“Se não forem tomadas estas e outras medidas de reforço das normas de segurança sanitária, provavelmente as escolas irão transformar-se num dos principais fatores de propagação da covid-19 na comunidade, apesar das normas restritivas que a esta estão a ser impostas”, sustenta.
A Fenprof refere ainda que, nos dias 05 e 06 de novembro, vai reunir o secretariado nacional para avaliar toda a situação que se está a viver nas escolas e admite o eventual recurso a formas de luta para dar “expressão à indignação e protesto dos professores e obrigar o governo a assumir as suas responsabilidades”.
No sábado, o primeiro-ministro enalteceu o trabalho da comunidade educativa na abertura do ano letivo, defendendo que “seria, no mínimo, uma grande falta de respeito” que a sociedade não se empenhasse para evitar um novo confinamento devido à pandemia.
“Temos de garantir a liberdade das nossas crianças e dos nossos jovens não terem de novo o seu ano letivo perturbado e poderem manter a sua atividade escolar normal”, afirmou António Costa, numa conferência de imprensa após uma reunião extraordinária do Conselho de Ministros para decretar novas medidas restritivas para controlar o aumento de casos de covid-19 em Portugal.
Após anunciar o confinamento parcial em concelhos com mais de 240 casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias, medida que abrange 121 municípios do território continental nacional, o primeiro-ministro disse que “há aqui duas linhas vermelhas muito claras”, referindo-se à educação e ao trabalho.
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