“A partir de janeiro começámos a comprar máscaras onde quer que fossem produzidas […] Temos encomendadas 250 milhões de máscaras que serão entregues nas próximas semanas”, anunciou Olivier Véran.
As críticas têm chegado sobretudo de organizações de médicos e outros profissionais de saúde, que denunciaram não ter os meios necessários para lutar contra o novo coronavírus, que causa a doença covid-19, mesmo em meio hospitalar.
Também os médicos generalistas, que estão na primeira linha de atendimento aos doentes, têm falado em “penúria” em relação à distribuição de máscaras.
Véran estimou que França precisa de 24 milhões de máscaras por semana, indicando que em março já foram distribuídas 25 milhões de máscaras e que o Governo fez “a escolha difícil” de distribuir o ‘stock’ de máscaras que tinha – cerca de 117 milhões no início da epidemia e 86 milhões atualmente – aos profissionais de saúde.
O ministro detalhou ainda que, para além dos hospitais e profissionais de saúde liberais, outra das prioridades respeita aos funcionários dos lares de idosos, onde há registo de muitos casos.
O governante disse ainda que vai ser alterada a estratégia da realização de testes para confirmar a presença de Covid-19, que tem consistido em não testar toda a população, mas apenas as pessoas em risco e as pessoas que apresentam sintomas muito graves e estão hospitalizadas.
“Hoje não despistamos de forma automática, porque fizemos uma escolha de reservar os testes ao público em risco. […] Por recomendação da Organização Mundial da Saúde, a França vai fazer evoluir a sua estratégia de despistagem, multiplicando mais testes”, indicou.
Segundo Véran, já foram testadas cerca de 60 mil pessoas e os testes têm vindo a evoluir em todo o território, sendo sua intenção que, quando o período de quarentena terminar, todas as pessoas possam vir a ser testadas.
O ministro indicou também que a situação da propagação do vírus não vai melhorar para já.
Na segunda-feira, o conselho científico que aconselha o Presidente e o Governo vai indicar se o período de quarentena deve ser prolongado ou se as medidas serão ainda mais restritas.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, infetou mais de 265 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 11.100 morreram.
Das pessoas infetadas, mais de 90.500 recuperaram da doença.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se já por 182 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, com a Itália a ser o país do mundo com maior número de vítimas mortais, com 4.032 mortos (mais 627 que na quinta-feira) em 47.021 casos.
A Espanha regista 1.002 mortes (19.980 casos) e a França 450 mortes (12.612 casos).
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