A vacinação apenas por grupos prioritários tem os dias contados. Em entrevista à rádio Renascença e ao jornal Público, Gouveia e Melo, coordenador da task-force para a vacinação, defendeu que o atual modelo carece de uma "organização muito complexa e cheia de regras" e por isso "dificulta toda a logística e a eficiência do processo".

A alteração do plano, com o critério a passar a ser também a idade, está a ser discutido com a Direção-Geral da Saúde (DGS).

"Os planos têm de mudar, se os planos não mudam, o mundo não muda (...) Não se pode pensar que os planos são imutáveis".

"Não faz sentido ficar a maior parte da população à espera de que se vacinem estes grupinhos todos e a acumular vacinas que podiam estar a dar proteção a pessoas", defendeu.

Primeiro teste desta nova metodologia deve avançar na terceira semana de abril. "Vamos começar com a faixa etária que estiver por preencher, presumo que será na faixa dos 70, depois 60, depois 50, depois 40, até acabarmos", disse à Renascença e ao Público.

A vacinação em massa contra a covid-19 prevê que as próprias pessoas a vacinar possam auto agendar a toma da vacina com a sua inscrição numa plataforma digital.

"Tenho 100 mil lugares para encher todos os dias, e, em vez de andar à procura de 100 mil pessoas para encher os lugares, quero que essas pessoas se cheguem à frente e de forma proativa tentem preenchê-los".

"As pessoas vão poder escolher a data e o local porque isso facilita imenso o processo", acrescentou.