“O G20 sabe que será necessária uma nova redução da dívida. O grupo deve agora demonstrar uma maior ambição e propor medidas mais audaciosas para permitir aos países em desenvolvimento enfrentarem a crise de forma eficaz e evitar que a recessão mundial se transforme em depressão mundial”, sublinha na missiva.
“Quando combatemos esta pandemia sem precedentes, o mundo necessita mais que nunca de ser dirigido por líderes unidos, que procurem enfrentar a crise e reconstruir melhor. A pandemia deve ser um sinal de alarme para todos os dirigentes: estarem divididos, significa colocar todo o mundo em perigo, prevenir é economizar dinheiro e salvar vidas”, precisa António Guterres, a quatro dias da cimeira prevista para o próximo fim de semana.
A crise poderá fazer cair “na pobreza mais extrema 115 milhões de pessoas, e a fome aguda poderá quase duplicar para atingir mais de 250 milhões de pessoas”, alertou ainda o chefe da ONU.
Guterres pediu que a suspensão da dívida seja prolongada até ao final de 2021, e ainda o alargamento desta medida para incluir os países com rendimento intermédio vulnerável e que apresentam dificuldades. Apelou aos dirigentes do G20 para “garantirem o défice de financiamento de 28 mil milhões de dólares [23,6 mil milhões de euros]” necessários para acelerar o acesso às ferramentas de luta contra a covid-19.
Quando as vacinas estiverem em fase de finalização, “devemos igualmente resistir a todo o género de nacionalismo vacinal”, sustenta na sua carta.
Por outro lado, Guterres pede ao G20, que agrupa as 20 economias mais ricas do planeta, um aumento dos “investimentos na biodiversidade, ação climática e restauração dos ecossistemas”.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.328.048 mortos resultantes de mais de 55 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 3.553 pessoas dos 230.124 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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