Reino Unido regista 24 mil infeções, ligeira desaceleração
O Reino Unido registou 274 mortes de covid-19 nas últimas 24 horas e 24.405 novas infeções, anunciou hoje o Ministério da Saúde britânico, mas há sinais de que o ritmo de contágios está a desacelerar.
Na quinta-feira tinham sido registadas 280 mortes, e 23.065 novos casos.
O total acumulado desde o início da pandemia de covid-19 no Reino Unido é agora de 989.745 contágios confirmados e de a 46.229 óbitos registados num período de 28 dias após as vítimas terem recebido um teste positivo.
De acordo com as informações disponíveis, na quarta-feira estavam hospitalizados no Reino Unido 10.708 pacientes com covid-19, dos quais 975 com necessidade de apoio respiratório por meio de ventilador.
Na atualização publicada hoje pelo governo, o índice de transmissibilidade efetivo (Rt) desceu para entre 1,1 e 1,4, o que significa que o crescimento do vírus diminuiu ligeiramente.
Porém, para que o número de casos diminua, o índice deve cair para menos de 1, pois quando está acima a pandemia está a crescer exponencialmente.
Ainda assim, estima-se que mais de 655.900 pessoas no Reino Unido tenham sido infetadas com o novo coronavírus na semana passada, de 17 a 23 de outubro, de acordo com o instituto de estatísticas britânico (ONS, na sigla em inglês).
Os números sugerem que existem agora 51.900 novas infeções por dia, o que corresponde à projeção feita pelos assessores do primeiro-ministro, Chris Whitty e Patrick Vallance em meados de setembro, quando disseram que poderia haver 50 mil casos por dia em meados de outubro.
Apesar da pressão para serem tomadas medidas a nível nacional, o governo britânico continua a defender a estratégia de restrições graduais de acordo com a gravidade dos surtos aplicadas nas regiões afetadas.
A partir de segunda-feira, quase 20% de Inglaterra vai estar sob no nível "muito elevado", o mais alto de uma escala de três, com a entrada de West Yorkshire, passando a afetar cerca de 11 milhões de pessoas.
Itália supera pela primeira vez os 30.000 contágios diários
A Itália registou 31.084 infeções com o novo coronavírus nas últimas 24 horas, o maior aumento detetado durante a pandemia, e 199 pessoas morreram no mesmo período, anunciou hoje o Ministério da Saúde.
Trata-se de um aumento sem precedentes de casos que coincide com o maior número de testes de diagnóstico realizados, 215.085, quando em Itália já foram infetadas 647.674 pessoas desde o início da crise sanitária, em meados de fevereiro.
A morte de 199 pessoas desde quinta-feira segue em linha com a tendência da semana passada e aumenta o saldo de óbitos para 38.321.
Atualmente, estão ativos 325.786 casos com a covid-19, dos quais a grande maioria está em casa com sintomas leves ou nenhum sintoma.
No entanto, a pressão sobre os hospitais continua a crescer, e preocupa as autoridades: hoje estão 18.740 doentes internados (mais 1.125 que no dia anterior) e 1.746 necessitando de cuidados intensivos (mais 95).
A região mais afetada continua a ser a Lombardia, com 8.960 novos casos, a maior parte na capital, Milão, sendo esta uma das áreas onde devem ser aplicadas novas medidas restritivas para combater a pandemia.
Em seguida, vem a Campânia (sul), com 3.186 novos casos, e, no norte, Veneto (3.012) e Piemonte (2.719), todos também sob a atenção das autoridades.
Tudo parece indicar que a Itália caminha para um cenário em que medidas como confinamentos leves e circunscritos a certas cidades ou regiões não estão descartadas, embora até ao momento não haja anúncios oficiais.
O Governo ainda aguarda a avaliação dos efeitos do último decreto do passado domingo, com o qual encerrou teatros, cinemas, salas de espetáculos, ginásios e piscinas e limitou a abertura de bares e restaurantes até às 18:00.
Embora o primeiro-ministro, Giuseppe Conte, sempre tenha defendido evitar um novo confinamento total, os meios de comunicação social antecipam que, se a tendência não mudar, medidas como as que estão a ser aplicadas na Alemanha e em França poderão ser tomadas até ao final da próxima semana.
Espanha com recorde diário de 25.595 novos casos
Espanha registou hoje 25.595 novos casos de covid-19, um novo máximo desde o início da pandemia, elevando para 1.185.678 o total de infetados no país, segundo números divulgados pelo Ministério da Saúde espanhol.
As autoridades sanitárias também contabilizaram mais 239 mortes atribuídas à covid-19, passando o total de óbitos para 35.878.
Deram entrada nos hospitais com a doença nas últimas 24 horas 2.296 pessoas, das quais 492 na Catalunha, 404 na Andaluzia, e 265 em Madrid.
Em todo o país há 18.162 pessoas hospitalizadas com a doença, das quais 2.483 pacientes em unidades de cuidados intensivos, 27% das camas desse serviço.
O nível de incidência acumulada em Espanha subiu hoje para 485 casos diagnosticados por 100.000 habitantes nos últimos 14 dias, sendo as regiões com os níveis mais elevados a de Navarra (1.188), Melilla (1.276), Aragão (1.030), Castela e Leão (761), Rioja (746), Ceuta (734), Catalunha (700) e País Basco (594).
A polícia está em força nas estradas espanholas para impedir deslocações desnecessárias entre comunidades autónomas e municípios.
A maior parte das regiões espanholas, que têm autonomia em matéria de política de saúde, decidiu confinar os seus territórios ao nível de toda a comunidade autónoma e em muitos casos ao nível dos municípios, autorizando deslocações apenas em casos de necessidade (trabalho e saúde, entre outros).
O parlamento espanhol aprovou na quinta-feira a prorrogação do estado de emergência para lutar contra a pandemia de covid-19 durante seis meses, até 09 de maio de 2021.
A medida, que já está em vigor desde o último domingo para tentar contrariar a progressão da pandemia em Espanha, estabelece o recolher obrigatório, menos nas Canárias, das 23:00 às 06:00, podendo cada uma das comunidades autónomas adiantar ou atrasar a hora de início em uma hora.
O estado de exceção também outorga a cada uma das regiões espanholas os instrumentos jurídicos necessários para decidir medidas como o confinamento obrigatório, sem necessitar da autorização da justiça.
O Governo regional de Madrid decidiu confinar a população da região apenas nos próximos dois fins de semana, que são prolongados, até segunda-feira, devido a terem dois feriados.
O Ministro da Saúde espanhol, Salvador Illa, é da opinião de que, com as medidas tomadas pelas comunidades autónomas, para "estabilizar, reduzir e manter baixa" a curva de infeções de covid-19, não será necessário estabelecer um confinamento em casa, como foi o caso durante a primavera.
"Com as medidas tomadas hoje, não vamos ver o seu efeito amanhã, mas sim dentro de alguns dias", salientou hoje Illa, acrescentando que, com os instrumentos de avaliação da situação estabelecidos, os governos regionais receberam "um quadro de estabilidade e certeza" para a tomada de decisões durante os próximos seis meses.
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