“Neste momento está a ser concluído o processo de identificação das estruturas residenciais para idosos que são objeto desta administração, sendo certo que há uma circunstância que temos de ter presente, que são as unidades que têm surtos, que não serão alvo de vacinação enquanto o surto se mantiver ativo, por uma questão de segurança”, disse Marta Temido, que falava no Hospital Curry Cabral.
A ministra falava depois de ter assistido à vacinação de duas enfermeiras do Curry Cabral e do diretor do serviço de infeciologia desta unidade hospitalar, Fernando Maltez.
Marta Temido disse ainda que o Governo estima que as mais de 70.000 doses da vacina da Pfizer que hoje chegaram a Portugal possam ser usadas na administração na comunidade, em lares - seja em profissionais que aí trabalham ou em residentes -, mas também nas unidades da rede nacional de cuidados continuados integrados.
“O que é importante é que tenhamos em mente o pressuposto de que a capacidade de os países administrarem vacinas depende da capacidade da indústria farmacêutica em entregar essas vacinas”, afirmou, explicando que o processo é complexo e prevê entregas em dezembro e ao longo das quatro semanas de janeiro.
A governante considerou a vacinação dos profissionais de saúde a que assistiu “um sinal de esperança e de união de esforços para ultrapassar o que ainda está por vir”, sublinhando os “desafios significativos” que o país ainda terá de enfrentar e o apelo à confiança na ciência.
A ministra frisou igualmente a necessidade de se continuar a cumprir as regras básicas de proteção até o país atingir um nível de imunidade que permita “o regresso às nossas vidas normais”.
Antes de Marta Temido falaram as enfermeiras Marisa Chaínho e Daniela Silva, que hoje se vacinaram e aproveitaram para fazer um apelo à vacinação, também como o diretor do serviço de Infeciologia do Curry Cabral, Fernando Maltez, que sublinhou a necessidade de todos manterem as medidas de proteção adequadas - uso de máscara, etiqueta respiratória, higiene das mãos, manter a distância física e evitar aglomerados em espaços fechados e eventos de massas.
"Esta vacinação deve servir, do ponto de vista psicológico, como um estímulo para todos nós. Temos à frente a solução do problema e é importante aderir a esta vacinação e não fugir às nossas responsabilidades de prevenir a transmissão aos outros (...). Se se isso for respeitosamente seguido, sou otimista, esperarei que lá para setembro estejamos a voltar as nossas vidas normais", afirmou.
Portugal entrou hoje no segundo dia da campanha de vacinação contra a covid-19, que arrancou no domingo nos centros hospitalares universitários do Porto, Coimbra, Lisboa Norte e Lisboa Central.
O plano prevê que sejam vacinados até abril cerca de 950 mil pessoas dos grupos prioritários definidos pelo grupo de trabalho: pessoas com mais de 50 anos com doenças associadas, utentes e trabalhadores de lares e profissionais de saúde e de serviços essenciais.
A primeira fase de vacinação prolonga-se até final de março de 2021, tem prevista a chegada de 1,2 milhões de doses de uma vacina que é facultativa, gratuita e universal, sendo assegurada pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Segundo o mais recente boletim da Direção-Geral da Saúde, em Portugal morreram 6.619 pessoas dos 394.573 casos de infeção confirmados.
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