Na sequência do Plano Nacional de Preparação e Resposta à Doença por novo Coronavírus (Covid-19) e das orientações da DGS para diminuir a evolução epidemiológica, a Câmara Municipal de Lisboa (CML) decidiu encerrar vários equipamentos municipais assim como suspender atividades organizadas pelo município.
As medidas entram em vigor esta quarta-feira, dia 11 de março, e permanecerão em vigor até ao dia três de abril, e incluem o encerramento dos museus, galerias, bibliotecas e teatros municipais (São Luiz, LuCa e Teatro do Bairro Alto), Padrão dos Descobrimentos e Cinema São Jorge. As piscinas geridas pelo município e Juntas de Freguesia também foram fechadas temporariamente.
A Câmara suspendeu todas as atividades desportivas promovidas pelo Município em recinto fechado (nomeadamente, as Olisipíadas), assim como todas as visitas de lazer, turismo ou de âmbito cultural promovidas pela autarquia, a que se somam também as atividades complementares à ação educativa como visitas de estudo e passeios promovidas.
Por outro lado, a CML, sublinha que, "por enquanto", manterá em funcionamento as feiras e mercados, reforçando as ações de formação e prevenção já em curso. Também se mantêm em funcionamento regular todos os serviços de atendimento ao munícipe, assim como os parques e jardins de gestão municipal. O Castelo de São Jorge mantém-se aberto ao público.
A Câmara de Lisboa indica ainda que irá avaliar com cada Junta de Freguesia as iniciativas concretas que se encontrem programadas.
No ‘site’ da Câmara de Lisboa foi também já divulgado que a reunião pública descentralizada do executivo municipal que estava marcada para quarta-feira, na freguesia de Benfica, foi adiada. A nova data da reunião será, segundo a autarquia, "divulgada oportunamente".
Momentos antes da divulgação do comunicado sobre o encerramento de equipamentos e suspensão de atividades, o vereador responsável pelo pelouro da Proteção Civil da Câmara de Lisboa, Carlos Manuel Castro, apresentou na reunião da Assembleia da Municipal de Lisboa o plano de contingência do município para o Covid-19, explicando que começou a ser preparado a partir do momento que foram identificadas as situações de contágio na China.
A base do plano, referiu, foi o documento que tinha sido elaborado em 2009 para a Gripe A e que foi agora adaptado.
Os objetivos do plano dividem-se por três níveis: limitar a expansão da doença e mitigar os impactos diretos na saúde da população, preparar uma resposta a situações de doença e garantir a continuidade dos serviços essenciais do município.
Apesar dos constrangimentos, “a cidade vai continuar a funcionar”, salientou o autarca, ressalvando, contudo, que “a situação é extremamente dinâmica”.
Relativamente ao encerramento de equipamentos e suspensão de atividades, Carlos Manuel Castro disse que a autarquia assumiu as medidas “no âmbito da prevenção” e como forma de “sensibilizar, informar e prevenir”.
“A situação comparado com outros casos não é a mais dramática, mas a Câmara Municipal de Lisboa está a assumir um papel de prevenção e a dar um claro sinal para todos continuarmos a seguir as boas recomendações”, explicou.
A epidemia de Covid-19 foi detetada em dezembro, na China, e já provocou mais de 4.000 mortos.
Cerca de 114 mil pessoas foram infetadas em mais de uma centena de países, e mais de 63 mil recuperaram.
Nos últimos dias, a Itália tornou-se o caso mais grave de epidemia fora da China, com 463 mortos e mais de 9.100 contaminados pelo novo coronavírus, que pode causar infeções respiratórias como pneumonia.
A quarentena imposta pelo governo italiano ao Norte do País foi alargada a toda a Itália.
O Governo português decidiu suspender todos os voos com destino ou origem nas zonas mais afetadas em Itália, recomendando também a suspensão de eventos em espaços abertos com mais de 5.000 pessoas.
A China registou segunda-feira mais uma queda no número de novos casos de infeção, 19, face a 40 no dia anterior, somando agora um total de 80.754 infetados e 3.136 mortos, na China Continental.
Portugal regista 41 casos confirmados de infeção, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).
A DGS comunicou também que em Portugal se atingiu um total de 375 casos suspeitos desde o início da epidemia, 83 dos quais ainda a aguardar resultados laboratoriais.
Face ao aumento de casos, o Governo ordenou a suspensão temporária de visitas em hospitais, lares e estabelecimentos prisionais na região Norte, até agora a mais afetada.
Foram também encerrados alguns estabelecimentos de ensino, sobretudo no Norte do País, assim como ginásios, bibliotecas, piscinas e cinemas.
Os residentes nos concelhos de Felgueiras e Lousada, no distrito do Porto, foram aconselhados a evitar deslocações desnecessárias.
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