Miguel Albuquerque falava à margem de uma visita a uma empresa do setor agroalimentar na freguesia de Gaula, concelho de Santa Cruz.
O Conselho de Ministros determinou na quinta-feira um ajustamento das medidas face à quadra de época festiva, entre as quais o recolher obrigatório na noite de passagem de ano, de 31 de dezembro para 01 de janeiro, a partir das 23:00 e nos dias 01, 02 e 03 de janeiro a partir das 13:00. Estas medidas são obrigatórias apenas para o continente, cabendo às autonomias regionais das ilhas delinear os seus planos específicos.
O chefe do executivo madeirense, de coligação PSD/CDS, realçou que existe já um conjunto de medidas determinadas pelo Governo Regional, como a proibição da abertura de circos e parques de diversões ou da realização das ‘noites do mercado’ (eventos que reúnem milhares de pessoas nestes recintos), a proibição de venda e consumo de bebidas alcoólicas na via pública (exceto em esplanadas licenciadas) e a limitação dos espaços públicos habitualmente usados para ver o fogo de artifício do final do ano.
“Como não temos, neste momento, nenhuma situação de transmissão comunitária, temos ainda o controlo da situação a nível das cadeias, temos ainda condições para pelo menos darmos o fogo de fim do ano e as pessoas poderem conviver, dentro daquilo que são os parâmetros estabelecidos”, referiu.
Porém, Miguel Albuquerque não exclui a possibilidade de agravar as medidas, apesar do controlo de todas as cadeias: “Temos cerca de 40 cadeias ativas, estamos a monitorizar todas essas cadeias”.
O governante realçou que, mesmo com o aumento de casos verificados no arquipélago nesta altura do ano, o que era “expectável relativamente ao número de infetados em função das cadeias de transmissão”, os dados da Madeira continuam a ser inferiores os registados a nível nacional.
Neste tipo de situação, considerou, as pessoas “não podem entrar em histerias”, mas têm de lidar com os problemas “com sangue frio o objetividade”.
Ainda assim, reconheceu, a “questão familiar” é alvo de preocupações, pelo que é necessário que as pessoas cumpram as medidas profiláticas nos convívios das festas.
O responsável vincou que na região “os restaurantes e os bares estão a cumprir bem” e que “mesmo algumas situações de disfuncionalidade verificadas no contexto de alguns estabelecimentos fora do Funchal” estão controladas e em situação de cumprimento.
O presidente alertou para os perigos dos “comportamentos irresponsáveis”, dando como exemplo o de um piloto de rallies que foi dar uma ação de formação na região, no passado fim de semana, e não aguardou pelo resultado do teste.
“Estava infetado e neste momento estamos a seguir todos os participantes. Foi uma irresponsabilidade absoluta”, afirmou, complementando que “é um bom exemplo do que não se deve fazer”, porque o incumprimento das medidas profiláticas “significa um perigo para os próprios familiares”.
Questionado sobre a atual situação da unidade da covid-19, o social-democrata informou que tem 17 doentes internados e que existe na Madeira “uma capacidade alargada de mais 30 camas, se for necessário”.
“Está tudo preparado, podemos duplicar de um dia para outro”, informou.
Miguel Albuquerque falou ainda da situação do concelho de Machico, onde foram identificadas “duas cadeias, que estão perfeitamente identificadas e têm um número de infetados proporcionalmente maior”, enfatizando que se forem cumpridas as medidas “não se impõe algo diferente das medidas de caráter geral”.
Sobre algumas queixas de viajantes e estudantes no atraso da receção dos resultados dos testes efetuados na operação de rastreio no aeroporto, o presidente explicou que as equipas estão a fazer um trabalho “exaustivo” e “assoberbante”, registando-se um “aumento elevadíssimo” do número de análises e resultados a transmitir.
“Pode haver uma falha ou outra”, admitiu, pedindo “compreensão às pessoas” e concluindo que “ninguém morre se esperar mais alguns dias”.
A Direção Regional de Saúde reportou na quinta-feira na Madeira um total de 307 casos ativos de covid-19. A região registou sete óbitos até agora.
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