“Saiu, esta tarde, um voo humanitário (…) com destino a Madrid, com 12 nacionais. [São] pessoas com vulnerabilidades sociais ou sanitárias”, explicou o embaixador de Portugal na Venezuela, Carlos de Sousa Amaro.

Em declarações à agência Lusa, Carlos de Sousa Amaro explicou que, o voo, organizado pela União Europeia (UE) em conjunto com a Espanha e Portugal, transporta 173 passageiros de diversas nacionalidades de Estados-membros da UE.

O voo AEA818, operado pela Air Europa, partiu hoje do Aeroporto Internacional Simón Bolívar de Maiquetía (norte de Caracas) às 13:09 locais (18:09 em Lisboa), com chegada prevista a Madrid, Espanha, pelas 02:57 (01:57 em Lisboa) de sexta-feira.

Sobre os portugueses, o embaixador precisou que vão ser “esperados à chegada, em Madrid, e levados para o Porto, Lisboa e para o Funchal”, estando “assegurada a receção deles, quer por familiares, quer por instituições em Portugal”.

“Foi um trabalho notável de coordenação dos diversos serviços para assegurar que estes estavam em condições de viajar e serem acolhidos. O voo inclui nacionais dos outros Estados-membros da UE. O critério foi baseado nos que mais precisam de assistência e não dispõem de apoio das famílias na Venezuela ou para fazer face aos tratamentos de saúde”, adiantou o diplomata português.

Da parte de Portugal estiveram envolvidos os consulados-gerais em Caracas e em Valência, a embaixada em Caracas e serviços públicos portugueses.

Carlos de Sousa Amaro precisou ainda que, ao contrário dos anteriores repatriamentos, nos quais a maioria dos portugueses vai para a Madeira, neste voo, apenas dois casais têm como destino o Funchal.

O embaixador destacou também que houve total colaboração das autoridades venezuelanas para a realização do voo.

Desde março e incluindo o voo de hoje, 542 portugueses foram repatriados da Venezuela, 264 deles em 01 agosto e outros 181 em 13 de junho, em voos organizados por Portugal. Os restantes portugueses regressaram ao país em voos organizados por outros Estados-membros da UE.

Os cidadãos nacionais que pretendam ser repatriados da Venezuela devem notificar, localmente, os consulados portugueses e esperar que haja uma listagem que justifique a organização de um novo voo.

É obrigatório que tenham residência em Portugal, havendo, no entanto, algumas exceções, como pessoas com situação de saúde complicada e que têm de fazer tratamento médico.

Na Venezuela estão confirmados 36.868 casos de infeção de covid-19 e 303 mortes associadas ao novo coronavírus. Estão também dados como recuperados 25.416 pacientes.

O país está desde 13 de março em estado de alerta, o que permite ao executivo decretar “decisões drásticas” para combater a pandemia.

A atividade económica é limitada e apenas está permitida a comercialização de produtos básicos essenciais, em horário reduzido.

Os voos nacionais e internacionais foram restringidos até 12 de setembro e a população está impedida de circular entre os diferentes municípios do país.

A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 787.918 mortos e infetou mais de 22,4 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.