Segundo fonte oficial do Hospital Amadora-Sintra, a visita teve contornos de “missão diplomática”, consistindo numa reunião de pelo menos dois médicos militares alemães - que “vieram como representantes institucionais do governo e não na qualidade de médicos” – com um médico daquela unidade e a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT). Não estiveram presentes elementos do conselho de administração.
“Foi uma curta reunião para aferir rapidamente em que é que o Estado alemão poderia vir a auxiliar os hospitais da grande Lisboa em termos logísticos e de equipamento, nunca de recursos humanos. Não foi uma reunião de trabalho, foi quase de apresentação”, adiantou a mesma fonte, acrescentando: “Foi uma abordagem genérica à cooperação que os dois estados possam vir a instituir nas próximas semanas para o combate à pandemia nesta região".
Os médicos militares germânicos nem terão chegado a visitar áreas de assistência a doentes covid no Hospital Amadora-Sintra, a unidade com mais pacientes internados devido à infeção pelo vírus SARS-CoV-2 na região de Lisboa e Vale do Tejo (363 à data de terça-feira). A visita àquela unidade foi avançada hoje pela SIC, que revelou que os enviados alemães ainda irão passar por outros hospitais.
O Hospital Amadora-Sintra sofreu “um conjunto de constrangimentos na rede de fornecimento de oxigénio medicinal” na noite de terça-feira, que obrigou à transferência de 53 doentes para outras unidades. Já hoje, a unidade hospitalar anunciou que iria abrir uma enfermaria com médicos e doentes no Hospital da Luz.
O recurso de Portugal ao mecanismo de cooperação europeu para apoiar no combate à pandemia está a ser equacionado pelo governo português. Em resposta enviada a uma questão da Lusa, o Ministério da Saúde vincou que “todas as hipóteses estão a ser consideradas no sentido de continuar a assegurar os cuidados de saúde aos portugueses” e que “os mecanismos de cooperação europeia são obviamente uma possibilidade”.
O secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, reconheceu hoje que “esse mecanismo ainda não foi formalizado completamente, mas está a ser equacionado, no sistema de cooperação europeu”, após uma visita a uma estrutura de retaguarda de combate à covid-19, instalada no Hospital Militar de Coimbra.
“Enquanto formos tendo respostas e capacidade de responder às necessidades dos portugueses, vamos respondendo. Obviamente que equacionamos cenários e planeamos sempre a possibilidade de acionar mecanismos de cooperação europeu", disse o governante, admitindo que os recursos humanos na saúde “é sempre uma área difícil” para Portugal.
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