A reunião com o delegado de saúde regional da Autoridade de Saúde da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), Mário Durval, estava marcada para as 15:00 de hoje.

“O Conselho de Administração do Centro Hospitalar Lisboa Norte, deu indicação de manter ‘em trabalho regular’ profissionais assintomáticos. Decisão que, à luz das orientações da Direção-Geral da Saúde (DGS) e do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC), nos coloca as maiores dúvidas”, escreve a Fnam no comunicado.

“Os médicos do Hospital de Santa Maria fazem-nos chegar a preocupação, fundamentada, que este se possa tornar o maior problema de saúde pública do país. Falamos do maior hospital do país e de doentes infetados, que estiveram dias no corredor, contactando com dezenas de profissionais de saúde. É obrigação deontológica dos médicos salvaguardar estes doentes”, acrescentam.

A Fnam pediu ainda uma reunião com a diretora da DGS para discutir o papel que pode desempenhar no combate ao surto de Covid- 19.

Em comunicado, a Fnam defende que “assuntos desta seriedade” não podem ser deixados “a critérios arbitrários e medidas avulsas de conselhos de administração” e afirma que os médicos “exigem orientação e esclarecimento direto por parte da autoridade de saúde” numa situação em que já foi declarada pandemia por parte da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Até ao momento, dos testes laboratoriais realizados aos profissionais de saúde no Hospital de Saúde são já conhecidos 77 resultados, todos negativos, adiantou à Lusa a assessoria de imprensa do hospital, sublinhando que não se confirmam notícias de que uma enfermeira-chefe da unidade hospitalar estaria infetada.

O hospital desmente ainda rumores de que haja uma escassez de kits de testes para despiste de Covid- 19 disponíveis, adiantando que receberam centenas nos últimos dias e que aguardam mais mil até ao final da semana, sendo em número suficiente para as necessidades, quer para profissionais de saúde, quer para utentes.

Na enfermaria onde permaneceu durante mais tempo internado um doente diagnosticado com Covid- 19 todos os testes aos restantes doentes internados nessa mesma enfermaria deram negativo.

Para os doentes das outras duas enfermarias por onde passou o outro doente diagnosticado com o novo coronavírus ainda se aguardam resultados dos testes, adiantou também o hospital.

Os dois casos de infeção em doentes internados no Hospital de Santa Maria foram confirmados na quarta-feira, tendo os doentes sido de imediato transferidos para Unidade de Isolamento Respiratório.

Numa circular interna, a administração do hospital determinou a divisão dos profissionais de saúde que mantiveram contacto com os dois doentes infetados em três grupos de abordagem: os que apresentam sintomas, os assintomáticos que mantiveram contactos de risco com os pacientes infetados e profissionais assintomáticos sem critérios de risco.

Aos dois primeiros serão realizados testes laboratoriais e em caso de resultado positivo serão colocados de quarentena. Em caso de resultados negativos vão manter a “atividade profissional regular com máscara e vigilância ativa durante 14 dias”.

Para os profissionais assintomáticos determina-se a manutenção da atividade profissional regular com máscara e vigilância ativa durante 14 dias.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) atualizou hoje o número de infetados, que registou o maior aumento num dia (19), ao passar de 59 para 78, dos quais 69 estão internados.

A região Norte continua a ser a que regista o maior número de casos confirmados (44), seguida da Grande Lisboa (23) e das regiões Centro e do Algarve, ambas com cinco casos confirmados da doença.

O boletim divulgado hoje assinala também que há 133 casos a aguardar resultado laboratorial e 4.923 contactos em vigilância, mais 1.857 do que na quarta-feira.

No total, desde o início da epidemia, a DGS registou 637 casos suspeitos.

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