Em Munique, uma manifestação nacional conseguiu reunir cerca de 10.000 pessoas, de acordo com a contagem das autoridades de segurança, mais do que as 5.000 que estavam previstas pelos organizadores.

A manifestação teve de ser interrompida, uma hora após o seu início, já que as regras de distância social não foram respeitadas e porque os participantes não utilizaram máscaras.

Outras cidades alemãs também acolheram os protestos, como Hanôver, onde pelo menos mil pessoas desfilaram pelas ruas, ou Wiesbaden.

Tal como no início e no final de agosto, em que grandes manifestações reuniram dezenas de milhares de pessoas, muitos dos opositores às medidas de restrição impostas por Berlim que hoje desfilaram não usavam máscaras.

“Eu sou contra estas medidas anti-coronavírus, porque vários virologistas não estão a ser ouvidos, perante uma cobertura mediática muito tendenciosa”, disse Uwe Schnetter, um dos manifestantes que hoje percorreu as ruas de Munique.

“Não temos uma lei fundamental (a Constituição), mas antes uma lei que protege contra infeções. E, sob a cobertura dessa lei, todas as liberdades fundamentais estão a ser retiradas”, disse uma outra manifestante, que vestia uma camisa do movimento Pensadores Não Conformistas.

Este movimento, surgido em Estugarda, tem organizado muitas das manifestações de protesto contra as medidas restritivas e os seus apoiantes são uma mistura heterogénea de sexos, idades e cores políticas.

A chanceler alemã, Angela Merkel, disse hoje entender que algumas pessoas sofram dificuldades perante as restrições impostas, explicando que “todos são livres para criticar abertamente as decisões do Governo (…) desde que o façam pacificamente”.

“Esse é um grande trunfo do nosso Estado, que não suprime a liberdade de opinião, o debate público e a participação, mas que os garante. Razão pela qual o nosso país é invejado”, disse Merkel.

A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 916.372 mortos e mais de 28,5 milhões de casos de infeção em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.