Adriano Maranhão, o primeiro português infetado com o coronavírus Covid-19 num navio de cruzeiros, onde trabalhava, no Japão foi hoje transferido para um hospital na cidade de Okazaki, na província de Aichi.
“Tenho a dizer uma palavra de duplo agradecimento: quer às autoridades japonesas no Ministério dos Negócios Estrangeiros em Tóquio, quer à embaixada do Japão em Lisboa, foram muito cooperantes, diria mesmo inexcedíveis no apoio que nos deram”, disse à Lusa Augusto Santos Silva.
O ministro dos Negócios Estrangeiros falava à Lusa, via telefone, desde Genebra, onde participou na 43.ª Sessão Ordinária do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidades, que decorreu durante os últimos dois dias.
Santos Silva endereçou ainda a sua gratidão aos próprios funcionários diplomáticos portugueses, quer em Tóquio, quer em Lisboa, "que foram incansáveis nas diligências que fizeram para que a transferência se fizesse e para que a pessoa em causa e a sua família, tivessem o melhor apoio possível".
“Em relação ao nosso concidadão, o nosso objetivo foi alcançado”, frisou o ministro, explicando que desde que se tomou conhecimento de que as análises ao coronavírus Covid-19 tinham dado positivo o objetivo passava por “garantir o melhor tratamento médico”.
“Passava pela transferência desde o navio para um hospital de referencia, isso foi conseguido”, sublinhou.
Augusto Santos Silva garantiu ainda que o ministério está a acompanhar todos os portugueses que de alguma forma estejam relacionados com o coronavírus, nomeadamente “os que quiseram sair e os que quiseram ficar em Wuhan [foco inicial da epidemia na China]”.
“Acompanhamos os tripulantes que estão no navio e não apresentam sintomas e cujas análises tiveram resultados positivos, ou seja, deram negativo [à presença do vírus]. Essa é a nossa responsabilidade e obrigação, sempre em colaboração com as autoridades locais”, salientou.
Augusto Santos Silva esteve em Genebra onde chefiou a delegação nacional ao Conselho de Direitos Humanos, tendo reunido à margem com o seu homólogo venezuelano para tratar de “questões bilaterais”, uma semana após o regime de Nicolás Maduro suspender as operações da TAP.
O ministro interveio hoje no painel de alto-nível da CPLP intitulado 30 anos da Convenção dos Direitos das Crianças nas Nações Unidas, tendo ainda realizado algumas reuniões à margem da 43.ª Sessão Ordinária do Conselho, nomeadamente com a ministra da Justiça de Moçambique, com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Palestina e o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros do Egipto.
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