De acordo com o mais recente Boletim Epidemiológico enviado pela DGS, "às 18 horas [de 29 de fevereiro], Portugal não registava casos confirmados de infeção por coronavírus (COVID-19)".

Segundo as autoridades de saúde, foram registados "11 novos casos" nas últimas 24 horas, aumentando assim o balanço para "70 casos suspeitos, 67 dos quais tiveram resultado negativo após testes laboratoriais, aguardando-se resultados dos restantes".

Um dos novos casos foi registado na Madeira, sendo um doente que veio de Milão, cidade de Itália onde se têm avolumado o número de infeções pelo Covid-19.

A DGS informa ainda que "tendo em conta a situação epidemiológica mundial, é necessário considerar a hipótese da importação de casos de doença de cidadãos provenientes da China ou de outras áreas com transmissão comunitária ativa", sendo que "de acordo com a informação atual, o risco para a saúde pública em Portugal é considerado moderado a elevado".

Durante a manhã, a Diretora-Geral de Saúde, Graça Freitas, procurou explicar os números avançados hoje na edição do Expresso, nomeadamente um cenário potencial de 1 milhão de infetados no país: "Um cenário não é uma previsão", disse, justificando-o apenas como uma primeira base de trabalho para os profissionais e autoridades se prepararem para um eventual surto.

A primeira questão a ser trabalhada num cenário é a "taxa de ataque", explicou. Todavia, e face à falta de dados, os cenários são construídos "por analogia", disse Graça Freitas. "Nós fomos buscar o cenário de uma taxa de ataque possível, que foi aquele com que trabalhámos para a gripe [A] e daria, ao longo de toda a epidemia, casos na ordem dos 10% de 10 milhões [1 milhão de portugueses]".

"Depois começamos a colher informação vinda da China e outros focos de infeção e com essa informação fomos afinando os nossos cenários, e então chegámos a um segundo cenário que é com uma taxa de ataque já muito menor, de cerca de 0,9 a 1%, dando uma hipótese de 21 mil casos na pior semana".

Graça Freitas fez questão de salientar que se trata de cenários e não de previsões de infeção em Portugal. "Tenho é que ter uma base de trabalho", justifica. "Neste momento estes cenários são dinâmicos", acrescentou ainda, explicando que mudam à medida que são conhecidos novos casos no mundo.

O surto de Covid-19, detetado em dezembro, na China, e que pode causar infeções respiratórias como pneumonia, provocou pelo menos 2.933 mortos e infetou mais de 85 mil pessoas, de acordo com dados reportados por 57 países e territórios.

Das pessoas infetadas, mais de 36 mil recuperaram.

Além de 2.835 mortos na China, há registo de vítimas mortais nos EUA, Irão, Coreia do Sul, Itália, Japão, Filipinas, França, Hong Kong e Taiwan.

Dois portugueses tripulantes de um navio de cruzeiros encontram-se hospitalizados no Japão com confirmação de infeção.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou o surto de Covid-19 como uma emergência de saúde pública internacional e aumentou o risco para "muito elevado".

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