Comícios com transmissão on-line, debate sem a presença do público e votações adiadas: a pandemia, que já matou mais de 70 pessoas nos Estados Unidos da América, afeta profundamente a campanha dos dois pré-candidatos à indicação democrata para desafiar o republicano Donald Trump em novembro.

Apesar das urnas estarem fechadas, o governador de Ohio, Mike DeWine anunciou ontem à noite na rede social Twitter que o secretário de Estado Frank LaRose vai procurar uma solução, através dos tribunais, para ampliar as opções de votação para que cada eleitor que deseja votar tenha esta oportunidade numa data posterior.

As votações previstas para outros três estados - Arizona, Flórida e Illinois - foram confirmadas, com medidas intensas de precaução.

Na segunda-feira, o presidente Donald Trump considerou "desnecessário" adiar as primárias", mas afirmou que a decisão corresponde a cada estado.

Louisiana, Geórgia e Kentucky, que não votariam no fim de março e início de abril, adiaram as primárias para maio e junho. Outros estados podem seguir o exemplo, já que as medidas de prevenção para evitar o contágio do coronavírus estão a ser reforçadas em todo território dos Estados Unidos da América.

O ex-vice-presidente Joe Biden conquistou mais delegados até o momento, fundamentais para obter a indicação democrata, e está quase 20 pontos na frente de seu rival progressista Bernie Sanders na maioria das sondagens nacionais.

E o ex-vice-presidente acaba de somar uma vitória no estado de Washington, que celebrou primárias na semana passada, por uma estreita margem de 37,9% contra 36,4% para Sanders.

As votações de terça-feira, portanto, podem representar uma vantagem decisiva para o ex-vice de Barack Obama.

Mas o impacto do coronavírus na campanha, que já registou mudanças espetaculares, continua a ser imprevisível.

Joe Biden tem o apoio do campo moderado, incluindo vários ex-pré-candidatos democratas e dirigentes influentes. O governador de Illinois, JB Pritzker, afirmou na segunda-feira que Joe Biden é "o candidato adequado para vencer Donald Trump".

Famoso pelas suas gafes, Biden, 77 anos, teve um bom desempenho no debate democrata de domingo, impedindo que Sanders, 78 anos, conseguisse recuperar a liderança.

Durante o encontro, Biden anunciou que deve escolher uma mulher como candidata a vice-presidente, o que deve ajudar a reunir apoio suficiente entre os democratas que ficaram decepcionados com o fato de que um grupo recorde de pré-candidatos, que reunia uma grande diversidade, terminou com dois homens brancos septuagenários.