“Desde 06 de dezembro, tem-se verificado um elevado crescimento na proporção de casos prováveis da variante Ómicron, tendo atingido uma proporção estimada de 89,6% no dia 3 de janeiro de 2022”, adianta o relatório do INSA sobre a diversidade genética do SARS-CoV-2, que provoca a doença covid-19.
Segundo o instituto que monitoriza a evolução do coronavírus em Portugal, o “aumento abrupto” de circulação comunitária desta variante assemelha-se ao “cenário observado em outros países”, como a Dinamarca e o Reino Unido.
Os primeiros 13 casos da Ómicron em Portugal foram detetados no final de novembro, associados a um surto na Belenenses SAD e à mesma cadeia de transmissão, mas em 06 de dezembro o INSA adiantava que já tinham sido registados 37 casos.
Uma semana depois, em 14 de dezembro e ainda com apenas 69 casos detetados, o relatório do INSA admitia a circulação comunitária da Ómicron, o que se veio a confirmar a 20 do mesmo mês, quando a variante já era responsável por uma proporção estimada de 46,9% das infeções.
Com a variante Delta a perder progressivamente terreno, depois de ter sido a predominante durante vários meses, a Ómicron era responsável por 82,9% das infeções registadas no final do ano, de acordo com os dados da última análise de risco da pandemia das autoridades de saúde.
Considerada preocupante e muito contagiosa pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a Ómicron foi detetada na África Austral, mas desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, em 24 de novembro, foram notificadas infeções em pelo menos 110 países.
Esta variante caracteriza-se por um elevado número de mutações consideradas de interesse pelos especialistas na proteína `spike´, incluindo mutações reconhecidas pelo seu envolvimento na ligação aos recetores das células humanas e a anticorpos neutralizantes.
Até à data, o INSA já analisou 24.638 sequências do genoma do novo coronavírus, obtidas de amostras colhidas em mais de 100 laboratórios, hospitais e instituições, representando 303 concelhos de Portugal
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