“A época de festividades é um momento de descontração e de celebração, mas não devemos relaxar na nossa vigilância. A celebração pode rapidamente transformar-se em luto se não tivermos os devidos cuidados”, alertou o diretor-geral da OMS em conferência de imprensa.
As pessoas que vivem em zonas de elevada transmissão, acrescentou Tedros Adhanom Ghebreyesus, devem considerar os seus planos “com cuidado”. E disse ainda: “Este pode ser o melhor presente que podem dar. O presente da saúde, da vida, do amor, da alegria e da esperança”.
De acordo com a organização, o número de mortes semanais aumentou cerca de 60% nas últimas semanas, sendo que a maioria dos casos e mortes se regista na Europa e no continente americano.
“O aumento de 60% nas mortes nas últimas semanas não está distribuído uniformemente pelo mundo”, disse a responsável técnica para a covid-19, Maria Van Kerkhove, precisando que houve um aumento de quase 100% na Europa, de 54% no continente americano, 50% em África, 15% no Pacífico Ocidental, 10% no Mediterrâneo Ocidental e 7,5% no Sudeste Asiático.
Por sua vez, o diretor do programa de emergências sanitárias da OMS avisou que a situação epidemiológica se mantém “muito instável” e que a maioria da população mundial continua suscetível ao contágio, um risco que não irá desaparecer com a chegada da vacina.
“A vacina terá um impacto na morbilidade e mortalidade, em quem fica doente e com que gravidade, mas o impacto no contágio não será visto até que uma grande parte da população de um país tenha sido vacinada”, explicou Mike Ryan.
Sobre a vacinação contra a covid-19, a OMS recomendou aos responsáveis políticos de todo o mundo que abram um diálogo com a população em relação às vacinas para esclarecer as suas dúvidas.
“É muito importante que os governos e os responsáveis de saúde comecem a comunicar com os cidadãos para lhes explicarem o processo de desenvolvimento da vacina, porque isto está a decorrer muito rápido e há muita ansiedade e perguntas das pessoas”, disse a cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminathan.
Este diálogo, explicou, deve incluir questões como os motivos para alguns grupos terem prioridade em relação a outros, quando chegarão as primeiras doses e, sobretudo, porque haverá uma quantidade limitada, pelo menos durante o primeiro semestre do próximo ano.
“A maioria de nós terá de ter paciência e continuar a aplicar as medidas de prevenção”, acrescentou Soumya Swaminathan.
Durante a conferência de imprensa, a OMS adiantou que já recebeu os dossiês de três vacinas candidatas e que a avaliação mais avançada é a da vacina da Pfizer e da BioNTech, que já está a ser administrada no Reino Unido.
As farmacêuticas Moderna e Astrazeneca também já submeteram os dados das respetivas vacinas para revisão da OMS, que na próxima semana deverá emitir um parecer sobre o uso de emergência da primeira vacina.
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