Em declarações à agência Lusa, Milton Severo, investigador do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) adiantou hoje que “o pico de casos notificados” em Portugal foi atingido a 28 de janeiro.
Na região Norte este máximo foi atingido “mais cedo”, a 24 de janeiro com 4.000 notificações e, na região de Lisboa e Vale do Tejo no dia 01 de fevereiro, com 6.200 notificações.
Segundo o investigador, esta “descida” é reflexo do período de confinamento anterior ao encerramento das escolas, considerando que “ainda é cedo” para afirmar que o encerramento das escolas “já está a ter efeito na desaceleração” da pandemia.
“Esta descida que está a acontecer ainda é só efeito do 'pré-confinamento light’. Ainda não passou tempo suficiente desde o encerramento das escolas para se perceber qual o efeito”, salientou o investigador.
De acordo com as projeções, que têm por base dados da última semana, Milton Severo afirmou que o pico de óbitos deverá ocorrer esta semana.
“À partida, já estaremos no pico de óbitos”, afirmou, acrescentando que o país andará, "em média" torno dos 257 óbitos "durante algum tempo”.
Quanto aos internamentos, o investigador sublinhou que “já não estão a subir”, mas que também não estão “a descer”, pelo que se entende que estão “sem tendência”.
“No dia 31 de janeiro tivemos 6.694 internamentos, hoje temos 6.496, ou seja, não há tendência, pelo que prevejo que ande em torno destes valores na próxima semana”, disse.
Relativamente aos doentes internados em unidades de cuidados intensivos (UCI), o investigador afirmou que o número “está a duplicar a cada 36 dias”, mas que se se mantiver esta subida “na próxima semana poderá chegar aos 1.000” doentes.
“A previsão é que o número de internados em UCI suba em todas as regiões do país”, afirmou.
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