O número de pessoas internadas com covid-19 bateu hoje um novo recorde: em enfermaria geral estão 3.555 pessoas internadas, mais 104 do que ontem, e nas unidades de cuidados intensivos estão 540 pessoas, mais quatro do que na sexta-feira.
Um dia depois dos piores valores de novas mortes e novas infeções, Portugal regista agora mais 9.478 casos confirmados e 111 mortos. Assim, no total o país soma hoje 7.701 vítimas mortais, num total de 476.187 casos confirmados.
A região de saúde do Norte regista mais novos casos (+3.377), mas é na região de Lisboa e Vale do Tejo que foram notificadas mais mortes (+44).
Foram registados ainda mais 3.48 casos ativos da doença, havendo agora 102.40 pessoas nesta situação.
Estes números constam do boletim da situação epidémica no país, divulgado na tarde deste sábado pela Direção-Geral da Saúde (DGS).
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.914.057 mortos resultantes de mais de 88 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
O estado de emergência decretado em 9 de novembro para combater a pandemia foi renovado com efeitos desde as 00:00 de 08 de janeiro, até dia 15.
A Ordem dos Médicos manifestou hoje apreensão pela “rutura” do Serviço Nacional de Saúde, “preocupação” pela exigência que recai sobre os profissionais de saúde e quer que o alívio das restrições no combate à covid-19 só avance com cobertura vacinal adequada.
No comunicado intitulado “Coragem, Transparência e Responsabilidade” a Ordem dos Médicos (OM) reage aos últimos números diários da covid-19 em Portugal, enfatizando que a “ocorrência do período festivo de Natal e Passagem de Ano fazia prever que houvesse um aumento do número de casos, cuja magnitude iria depender das medidas implementadas”.
Mesmo assim, continua a nota de imprensa, entendeu o “Governo tomar a decisão política de aliviar as medidas de contenção”, concluindo que a “estratégia de comunicação, focada no anúncio e início da vacinação” então promovida “terá contribuído para a redução da perceção do risco por parte da população”.
Neste contexto, o bastonário e o Gabinete de Crise para a covid-19 da OM manifestaram a sua “apreensão pela rutura evidente do SNS [Serviço Nacional de Saúde] com consequências graves para todos os cidadãos que dele necessitam, independentemente do motivo de doença”
Na mesma linha de pensamento, acrescentam a “preocupação pela contínua exigência aos médicos e a todos os profissionais de saúde, já exaustos, e a que acresce a deterioração das suas condições de trabalho, a falta de recursos, o ‘burnout’ e o sofrimento ético”, avançando depois com uma recomendação ao Governo.
Considerando que “o impacto da vacinação na comunidade não é imediato” alertam que “o alívio das restantes medidas de saúde pública não poderá avançar enquanto não for atingida a cobertura vacinal adequada”.
A OM expressa ainda o lamento pelo facto de no momento atual de atividade pandémica “não tenham sido mobilizados em tempo útil os recursos humanos, técnicos e infraestruturais que existem no setor da saúde em Portugal e constatam que o controlo da situação pode obrigar a ponderar novos confinamentos, devido à ausência de alternativas e em moldes a definir”.
Reconhecendo as “consequências económicas e sociais que daí resultam”, o bastonário e o Gabinete de Crise para a covid-19 da Ordem dos Médicos “reafirmam o imperativo de recuperar o SNS e proteger a saúde e a vida dos portugueses”, lê-se ainda no comunicado.
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