Portugal soma agora 1.682 óbitos e 48.077 casos confirmados de covid-19. Os mortos são de pessoas com mais de 80 anos, avançou a ministra da Saúde, em conferência de imprensa.
Estão internadas 447 pessoas, das quais 67 em unidades de cuidados intensivos.
Neste momento, há 13.605 casos ativos da doença em Portugal.
Os números da pandemia foram atualizados esta sexta-feira pelas autoridades de Saúde.
Ventiladores com falhas foram doação
A ministra da Saúde afirmou hoje que os 30 ventiladores que apresentam falhas foram doados e não comprados pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS), que desde março reuniu 1.743 daqueles equipamentos, tendo comprado 946.
“Tanto quanto é do meu conhecimento, os ventiladores [que apresentam falhas] não foram comprados pelo SNS. Foram uma doação e o generoso doador está já a tratar das questões com o fornecedor”, afirmou a ministra da Saúde na conferência de imprensa sobre a pandemia de covid-19.
A ministra explicou que, em março, foram “identificados mais de 1.100 ventiladores para serem afetos” a doentes covid-19, reforçados, até ao momento, com mais 1.743.
Destes 1.743 ventiladores de reforço, o SNS comprou 946, alguns dos quais já entregues, 156 correspondem a um empréstimo e 522 foram doados, disse a ministra.
O jornal Correio da Manhã avançou hoje que 30 ventiladores adquiridos por 1,3 milhões de euros apresentam falhas técnicas.
Portugal regista 206 surtos ativos da doença
Portugal contabiliza atualmente um total de 206 surtos ativos de covid-19, anunciou hoje a ministra da Saúde, Marta Temido, na conferência de imprensa regular sobre a evolução da pandemia no país.
“Há a referir que temos 41 surtos ativos no Norte, 13 no Centro, 134 em Lisboa e Vale do Tejo, cinco no Alentejo e 13 no Algarve. Esta é, genericamente, a caracterização da situação epidemiológica do país”, afirmou a governante, na apresentação do boletim diário das autoridades sanitárias, num somatório que perfaz um total de 206 surtos ativos.
De acordo com Marta Temido, observou-se também uma evolução positiva ao nível dos doentes hospitalizados com o novo coronavírus, bem como os que internados que necessitam de cuidados intensivos.
“Resulta ainda do boletim que os utentes que estão hospitalizados são 447, menos 29 do que ontem, o que é um bom indicador. Destes, 67 estão nos cuidados intensivos, menos cinco do que ontem [quinta-feira]”, explicou, esclarecendo que a região de Lisboa e Vale do Tejo concentra 385 do total de 447 internados, ou seja, 86%, e que 302 (68%) estão em hospitais dos cinco concelhos mais vigiados na evolução da doença: Lisboa, Amadora, Sintra, Loures e Odivelas.
Paralelamente, a ministra da Saúde assumiu que o risco de transmissão (RT) calculado pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) para os dias 10 a 14 de julho é de 0,96, considerando-o “constante”, mas a “baixar um bocadinho”. A nível regional a distribuição do RT é a seguinte: 1,04 na região Norte, 0,94 na região Centro, 0,94 na região de Lisboa e Vale do Tejo, 0,89 na região do Alentejo e 1,17 na região do Algarve.
Segundo Marta Temido, as autoridades de saúde continuaram nos últimos dias a “política de deteção precoce dos novos casos através da utilização intensiva de testes de diagnóstico” e revelou que no dia 15 de julho, o último sobre o qual existem dados contabilizados, foram realizados 15.866 testes, dos quais 658 (4,1%) foram positivos.
“Mantém-se a tendência de um número significativo de testes realizado diariamente, com uma percentagem de casos positivos que posso caracterizar ainda de alguma inconstância”, sublinhou, sem deixar de frisar que “nas 19 freguesias que mais têm suscitado a intervenção das equipas de saúde pública se mantém uma diminuição da incidência nos últimos sete dias”, mas que se mantêm as medidas de contenção da propagação da doença.
Sobe para 56 número de infetados na GNR de Bragança
A diretora-geral de Saúde revelou hoje existirem 56 casos positivos de covid-19 na GNR de Bragança, após terem sido feitos “pelo menos 168 testes” às unidades que integram aquele comando.
“Foram identificados 56 casos positivos”, disse Graça Freitas na conferência de imprensa para fazer o balanço da pandemia em Portugal.
Entre os atuais 206 surtos ativos no país, o da GNR de Bragança foi o citado pela responsável da Direção-Geral de Saúde como o que tem maior número de infetados, numa lista que incluiu um navio a ser reparado na Lisnave (92 testes feitos, 11 casos positivos), um hipermercado de Torres Vedras (seis casos positivos entre 148 pessoas expostas) e um lar em Sintra (15 positivos).
Na quinta-feira, o Comando Nacional da GNR indicava existirem quatro infetados na GNR de Bragança.
Marta Temido descarta mudança de regras de restrições nos transportes
A ministra da Saúde, Marta Temido, descartou hoje mudanças nas restrições impostas pela pandemia de covid-19 nos transportes públicos, após as dúvidas manifestadas pelo ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, sobre a fiscalização das normas.
“As recomendações de saúde publica têm um caráter evolutivo, até em função daquilo que são as novas recomendações das organizações internacionais, mas neste momento não vejo motivo para podermos alterar aquilo que tem estado a ser definido”, afirmou a ministra, na conferência de imprensa regular sobre a evolução da pandemia no país.
Reconhecendo que o tema da concentração de pessoas em espaços fechados “suscita a maior preocupação” e que as autoridades de saúde e o governo têm sido “muito cuidadosos” nas decisões sobre esta matéria, Marta Temido lembrou que os transportes públicos acumulam “um número significativo de pessoas” e representam espaços “fechados e de difícil arejamento”, preferindo prudência na reavaliação das medidas.
“É um facto que há estudos que apontam no sentido de que não haja causalidade direta entre as viagens de transportes públicos e transmissão da infeção, porque é difícil identificar uma causalidade direta, mas há um risco por si só nessa circunstância e temos, na fase atual que ainda enfrentamos na pandemia, de ter a maior das cautelas na apreciação de alternativas”, vincou, assinalando que “outros países” também adotaram restrições nos transportes.
A reação da ministra surgiu depois de Pedro Nuno Santos ter assumido, em entrevista à TSF e ao Dinheiro Vivo, que a limitação de ocupação dos transportes públicos “não é o problema” ao nível de possibilidades de contágio da covid-19 e que é “impossível” fiscalizar o cumprimento das restrições no uso de autocarros, comboios, metro ou barcos, que só podem circular com dois terços da capacidade de ocupação normal para permitir um distanciamento social seguro.
“É difícil controlar a lotação num comboio, por exemplo, de Sintra, que leva duas mil pessoas, que tem vinte e tal portas, quatro plataformas na estação,... Não conseguimos controlar, é impossível”, declarou o ministro, sublinhando que o executivo tem de “equacionar” o fim dos limites da capacidade máxima face à perspetiva de “problemas sérios de mobilidade na Área Metropolitana de Lisboa".
O boletim em detalhe
Em termos percentuais, nas últimas 24 horas, o aumento de óbitos foi de 0,1% (passou de 1.679 para 1.682) e o de casos confirmados 0,6% (de 47.765 para 48.077).
Lisboa e Vale do Tejo é a região onde o aumento dos casos continua a ser mais significativo, contabilizando 75,6% dos novos casos, com 236 dos 312 contabilizados.
Em número de casos, Lisboa e Vale do Tejo lidera com 23.806, seguida pela região Norte (18.293, com 40 casos novos), a região Centro (4.340, 10 casos novos), o Algarve (764, sete casos novos) e o Alentejo (623, 18 casos novos).
Nos Açores registou-se na últimas 24 horas mais um caso de covid-19, passando agora para os 152, mantendo-se o número de óbitos (15), tal como na Madeira, que mantém os 99 casos e não registou ainda qualquer óbito.
Apesar dos aumentos em Lisboa e Vale do Tejo, é o Norte que regista o maior número de mortes (827), depois surge Lisboa e Vale do Tejo (555), Centro (251), Alentejo (19), Algarve (15) e Açores (15).
Nas últimas 24 horas, o número de pessoas internadas desceu de 476 para 447 (menos 29) e nos cuidados intensivos estão agora 67 pessoas (menos quatro).
Em relação à informação sobre os casos por concelho, a DGS diz que se refere ao total de notificações médicas no sistema SINAVE, não incluindo notificações laboratoriais. Como tal, pode não corresponder à totalidade dos casos por concelho.
A DGS informa ainda a caracterização demográfica apenas será atualizada às segundas-feiras, pelo que os três concelhos com mais casos confirmados continuam a ser Lisboa (4.084), Sintra (3.219) e Loures (2.088).
Por faixas etárias, o maior número de óbitos concentra-se nas pessoas com mais de 80 anos (1.127, mais três, hoje), seguidas das que tinham entre 70 e 79 anos (325), entre 60 e 69 anos (150) e entre 50 e 59 anos (55). Há 20 mortos registados entre os 40 e 49 anos, três entre os 30 e 39 e dois entre os 20 e 29 anos de idade.
Em termos de infetados, a maioria encontra-se na faixa etária entre 40 e 49 anos (7.945), depois entre 30 e 39 anos (7.827), 50 a 59 anos (7.356), 20 e 29 anos (7.280) e mais de 80 anos (5.654).
As autoridades de saúde têm sob vigilância 35.150 contactos de pessoas infetadas – mais 161 do que na quinta-feira - e 1.735 casos aguardam resultado laboratorial.
O número de doentes dados como recuperados aumentou para 32.790 (mais 314).
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