A fonte do gabinete do Ministério dos Negócios Estrangeiros português respondia à questão colocada pela Lusa sobre se Portugal pensa seguir o exemplo dos Países Baixos e da Bélgica, bem como possivelmente da Alemanha, de suspender os voos provenientes do Reino Unido, após a descoberta de uma nova estirpe de covid-19 no sul de Inglaterra.

“É conhecida a posição portuguesa de privilegiar as medidas de proteção tomadas universalmente, em vez de restringir em demasia as possibilidades de circulação de pessoas que têm de viajar por razoes essenciais (profissionais, por reunião familiar, etc.)”, indicou a fonte do ministério tutelado por Augusto Santos Silva.

“Mas seguiremos com atenção a evolução da situação epidemiológica do Reino Unido, privilegiando a cooperação estreita entre as autoridades de saúde dos dois países”, acrescentou.

Hoje, a Bélgica e os Países Baixos anunciaram a suspensão das ligações aéreas e marítimas provenientes do Reino Unido, enquanto a Alemanha está a encarar “seriamente” essa possibilidade.

Em Bruxelas, o primeiro-ministro belga, Alexander de Croo, indicou à cadeia de televisão VRT que a suspensão começa hoje às 24:00 locais (23:00 em Lisboa) e será pelo menos de 24 horas, podendo, porém, ser prolongada.

Por outro lado, um comunicado do Ministério da Saúde holandês recomenda que qualquer introdução desta variante do vírus proveniente do Reino Unido seja limitada tanto quanto possível, “limitando e/ou controlando o movimento de passageiros do Reino Unido”.

Em Berlim, fonte do Ministério da Saúde alemão indicou que o Governo está a encarar “seriamente” a suspensão dos voos provenientes do Reino Unido e ainda da África do Sul, o país africano com maior número de infeções.

As restrições do tráfego aéreo proveniente do Reino Unido e da África do Sul “são uma séria opção” que está a ser analisada por Berlim, acrescentou a fonte.

As autoridades britânicas já alertaram a Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a descoberta da nova variante do SARS-CoV-2, que é mais facilmente transmissível embora não haja provas de que seja mais letal ou que possa ter impacto na eficácia das vacinas desenvolvidas.