No debate quinzenal no parlamento, António Costa dedicou a sua intervenção inicial à epidemia de Covid 19, ressalvando que “o impacto económico para as empresas portuguesas tem sido moderado ou reduzido”.

“Não se esperam quebras significativas nas cadeias de fornecimento de componentes, até porque a China está já a retomar a sua atividade industrial. Apenas no setor do turismo, viagens e eventos, tem havido uma quebra de procura e alguns cancelamentos, cujo impacto verdadeiramente dependerá da duração e da gravidade do surto epidémico”, afirmou o chefe de Governo.

O primeiro-ministro salientou que o Governo continuará “monitorizar a situação e, se necessário”, estará “em condições de lançar uma linha de crédito para apoio de tesouraria às empresas no valor inicial de 100 milhões de Euros”.

António Costa sublinhou que o ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital já se reuniu “com as principais associações empresariais para fazer um ponto de situação e procurar formas de minimizar os efeitos desta epidemia”.

Num outro plano, o primeiro-ministro destacou a necessidade de “salvaguardar os direitos laborais daqueles que, por razões de saúde pública, não possam ou não devam comparecer nos respetivos locais de trabalho, por decisão de uma autoridade de saúde pública, continuando a receber o seu salário por inteiro, tanto no setor público, como no setor privado”.

“Em Portugal, divulgaremos até 15 de abril as novas estimativas de crescimento para 2020 e anos seguintes, e não deixaremos de refletir este risco na projeção a apresentar”, disse também António Costa.

O chefe do executivo ressalvou, contudo, “que a economia portuguesa foi a que melhor resistiu à desaceleração económica de 2019, tendo mesmo sido a economia cujo crescimento mais acelerou na parte final do ano”, o que permite ao Governo, disse, “encarar a situação atual com serenidade”.

"Estamos conscientes do impacto negativo que a epidemia em curso poderá também vir a ter no comportamento da economia mundial, em particular no setor do turismo”, afirmou.

Costa referiu-se à reunião de hoje do Eurogrupo, que decorreu por teleconferência, para acompanhar os desenvolvimentos económicos e financeiros na sequência da epidemia do novo coronavírus, frisando a “disponibilidade para utilizar toda a flexibilidade do Pacto de Estabilidade e Crescimento no sentido de haver uma resposta coordenada”.

Portugal tem mais um caso confirmado de Covid-19, elevando para seis o número de casos confirmados, revelou hoje a Direção-Geral da Saúde (DGS).

O surto de Covid-19, detetado em dezembro, na China, e que pode causar infeções respiratórias como pneumonia, provocou cerca de 3.254 mortos e infetou mais de 95 mil pessoas em 78 países, incluindo seis em Portugal.

Das pessoas infetadas, cerca de 51 mil recuperaram.

Além de 2.981 mortos na China, há registo de vítimas mortais no Irão, Itália, Coreia do Sul, Japão, França, Hong Kong, Taiwan, Austrália, Tailândia, Estados Unidos da América e Filipinas.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou o surto de Covid-19 como uma emergência de saúde pública internacional e aumentou o risco para “muito elevado”.

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