O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, teve resultado positivo para infeção pelo novo coronavírus. O anúncio foi feito pelo próprio num vídeo que divulgou na rede social Twitter.
No vídeo, Johnson diz que tem “febre e uma tosse persistente”. O conservador diz também que está a seguir os conselhos médicos e que continua em contacto remoto com a equipa.
Assim, o primeiro-ministro do Reino Unido anuncia que vai agora ficar em isolamento, continuando a liderar a resposta britânica à pandemia "por videoconferência".
Na mensagem que acompanha o vídeo, o líder do governo britânico diz ter desenvolvido "sintomas leves" nas últimas 24 horas, tendo feito o teste e recebido um resultado positivo para a infeção pelo SARS-CoV-2, responsável pela doença covid-19.
"Juntos vamos vencer isto", termina.
A última vez que Boris Johnson foi visto em público foi na quinta-feira à noite em Downing Street, junto ao ministro das Finanças, Rishi Sunak, quando ambos aderiram à iniciativa popular de bater palmas aos profissionais de saúde.
Também o Ministro da Saúde, Matt Hancock, informou que testou positivo para infeção por coronavírus.
"Na sequência de um conselho médico, fui testado para coronavírus. Testei positivo. Felizmente os meus sintomas são ligeiros e estou a trabalhar de casa e a auto-isolar-me", informou através do Twitter.
O número de mortes de pessoas infetadas pela covid-19 no Reino Unido aumentou em mais de 100 num único dia, para 578, anunciou esta quinta-feira o ministério da Saúde britânico.
No balanço publicado ontem, as autoridades de saúde do reino Unido indicavam a existência de 11.658 casos positivos entre 104.866 pessoas testadas à covid-19, tendo 578 dos infetados morrido, mais 115 do que os 463 óbitos declarados na véspera.
Em declarações à BBC Radio 4, um responsável do sistema nacional de saúde NHS, Chris Hopson, disse ter recebido de diretores de hospitais relatos de um aumento de casos graves, sobretudo em Londres, onde se registam mais de 33% dos casos.
“O que eles nos disseram é que passaram duas semanas a aumentar de forma maciça a capacidade dos cuidados intensivos, entre cinco a sete vez mais”, relatou, mas que nos últimos dias têm assistido a "explosão de procura” por pacientes em estado grave.
“Dizem que é o número de pacientes a chegar, à velocidade que estão a chegar, e a forma como estão doentes, vaga atrás de vaga atrás de vaga. A expressão usada é um 'tsunami contínuo’”, descreveu.
Este problema é agravado, acrescentou, pela taxa de funcionários que está de baixa, estimada entre 30 a 50% em alguns caso, por estarem infetados ou por pertencerem ao grupo de pessoas vulneráveis à doença que são aconselhadas a isolarem-se.
“É uma taxa de ausência sem precedentes”, vincou.
Na quarta-feira, o cientista Neil Ferguson, da universidade Imperial College London, cujos estudos têm contribuído para as decisões do governo britânico, disse à Comissão Parlamentar de Ciência e Tecnologia acreditar que o Sistema Nacional de saúde britânico (NHS) iria estar sobre pressão, mas que a crise causada pela pandemia covid-19 não vai exceder a capacidade.
“Vai haver algumas áreas muito pressionadas, mas estamos razoavelmente confiantes, que é tudo o que podemos dizer nesta altura, que ao nível nacional vamos ficar dentro da capacidade”, afirmou, fazendo depender este resultado de as pessoas cumprirem as regras de confinamento decretadas pelo governo.
Segundo Ferguson, prevê-se que o número de casos graves no Reino Unido atinja o pico dentro de aproximadamente duas a três semanas.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais 530 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 25.000.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu, com quase 260.000 infetados, é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, com 7.503 mortos em 74.386 casos registados até quarta-feira.
A Espanha é o segundo país com maior número de mortes, registando 4.089, entre 56.188 casos de infeção confirmados até hoje.
Os países mais afetados a seguir à Itália, Espanha e China são o Irão, com 2.234 mortes (29.406) casos, a França, com 1.331 mortes (25.233 casos), e os Estados Unidos, com 1.031 mortes (68.572 casos na quarta-feira).
O continente africano registou até hoje 73 mortes devido ao novo coronavírus, ultrapassando os 2.700 casos, em 46 países.
(Notícia atualizada às 14:04)
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