"O Conselho de Ministros da próxima terça-feira vai pedir, mais uma vez, a autorização do Congresso dos Deputados para prorrogar, pela segunda vez, o estado de emergência […] até sábado, 25 de abril, à meia-noite", afirmou Sánchez numa mensagem televisiva, depois de uma ronda de contactos com os líderes da oposição.
O chefe do Governo indicou que as medidas de contenção muito rígidas, que incluem o confinamento em casa para todos, salvo os que trabalham em serviços essenciais, vão continuar, mas se a luta contra a pandemia evoluir de uma forma satisfatória, o “estado de emergência” deverá prosseguir, embora com os cidadãos a “começarem a recuperar alguma coisa” da sua vida.
“Tudo indica que estamos a começar a ver a luz ao fim do túnel”, disse Pedro Sánchez, defendendo que, "uma vez superado o pico" da propagação do vírus da covid-19 na semana que passou, o país está "em condições de obrigar a baixar a curva" da expansão da epidemia.
O chefe do Governo manifestou a intenção do executivo de, a seguir ao fim-de-semana de Páscoa, começar a suavizar as medidas que impedem a deslocação de pessoas e permitir “recuperar” o “estado de emergência” inicial, em que se autorizava a deslocação ao local de trabalho para aqueles que não podem trabalhar a partir de casa.
"A vitória é possível e está cada dia mais próxima", disse Pedro Sánchez, que pediu "sacrifício e moral de vitória" para derrotar o novo coronavírus, acrescentando que na última semana “foram as horas mais duras e mais amargas”, mas que o país conseguiu passar de uma taxa de propagação diária da covid-19 de 20% até os atuais 6%.
O chefe do Governo disse ainda que uma equipa de epidemiologistas e cientistas já está a preparar o plano a aplicar quando a curva de infeção baixar, mas avisou que irá continuar a pedir o parecer dos especialistas antes de tomar novas medidas.
Antes de fazer esta mensagem televisiva, Sánchez falou com os principais líderes da oposição de direita, que apoiaram a prorrogação do “estado de emergência”.
O Governo espanhol decretou o estado de emergência durante 15 dias em 14 de março, que foi prorrogado pelo parlamento a partir de 28 do mesmo mês.
Espanha é um dos mais afetados pela pandemia da covid-19, tendo registado nas últimas 24 horas de balanço 809 mortes, o número mais baixo desde o sábado passado, alcançando um total de 11.744 vítimas mortais, segundo a atualização de hoje das autoridades sanitárias.
De acordo com o Ministério da Saúde espanhol, foram confirmados 7.026 novos infetados, o que confirma a desaceleração do ritmo da pandemia, sendo agora o total de contagiados de 124.736.
Desde o início da pandemia do novo coronavírus, 34.219 pessoas que foram contagiadas tiveram alta e são consideradas como curadas (dados consolidados às 20:00 horas de Lisboa de sexta-feira).
O número de mortes anunciado hoje (809) significa o segundo dia consecutivo em que baixa o número de vítimas mortais, que foi de 864 na quarta-feira, 950 na quinta-feira e 932 na sexta-feira.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,2 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 59 mil.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
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