"Nesta primeira fase do processo de auto-agendamento, com vacinação em 250 pontos diferentes, registaram-se constrangimentos pontuais relacionados com a convocatória de alguns utentes, que foram imediatamente corrigidos", disse fonte oficial do Ministério da Saúde à Lusa.
O gabinete liderado por Marta Temido respondia assim quando questionado sobre a situação verificada hoje em pelo menos três centros de saúde de Sintra, supostamente devido a autoagendamentos para a vacinação contra a covid-19 sem conhecimento prévio das autoridades de saúde locais.
"Para que os utentes que se dirigiram ao Centro de Vacinação COVID-19 (CVC) de Agualva, o ACES Sintra/ARSLVT, em articulação com a SPMS e com a Task Force, desencadeou as medidas necessárias para minimizar os impactos no processo de vacinação", afirmou a tutela.
O Ministério da Saúde acrescentou que "o CVC de Agualva abriu ao início da tarde e está a administrar vacinas a quem se deslocou ao centro de vacinação", indicando que "os restantes utentes já foram contactados para garantir o reagendamento no início da próxima semana, como previsto".
O Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) de Sintra, distrito de Lisboa, foi hoje confrontado com cerca de 200 autoagendamentos para vacinação contra a covid-19, sem que existisse conhecimento prévio, o que motivou filas com dezenas pessoas em Agualva.
Em declarações à agência Lusa, a diretora executiva do ACES de Sintra, Clara Pais, disse que, neste momento, no Centro de Saúde de Agualva, que é onde há um maior número de autoagendamentos, “já está uma equipa a vacinar” e as pessoas que lá estiveram nessa situação “vão ser todas vacinadas”.
“Contrariamente ao que estava previsto, houve agendamentos centrais feitos no Portal de Autoagendamento, portanto não estavam previstas essas vacinações”, explicou a responsável do ACES de Sintra.
Além da fila de pessoas à espera em Agualva, há mais dois centros de saúde de Sintra “exatamente nas mesmas circunstâncias”, mas com menos número de autoagendamentos, em que a decisão foi de identificar os utentes para proceder ao reagendamento da vacinação pelos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, uma vez que são quem tem a responsabilidade pelos agendamentos iniciais.
“Os autoagendamentos são feitos pelos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde e fomos confrontados hoje de manhã com a existência desses autoagendamentos”, indicou Clara Pais, acrescentando que os utentes desses outros dois centros de saúde de Sintra estão a ser reagendados através de ‘sms’.
Os centros de saúde de Sintra estavam hoje fechados, porque “não havia agendamentos prévios”, frisou a diretora executiva deste ACES.
Questionado sobre o que motivou esta falta de comunicação, Clara Pais disse desconhecer a origem do problema.
“Estes agendamentos são feitos centralmente, portanto digamos que não sei sequer responder a essa questão, porque estes agendamentos não são feitos por nós no Agrupamento de Centros de Saúde, nem pela Câmara, a Câmara nunca faz agendamentos”, apontou a responsável do ACES de Sintra.
Em reação às filas de pessoas à espera para serem vacinadas, o presidente da Câmara Municipal de Sintra, Basílio Horta, considerou que a situação vivida esta manhã nos centros de vacinação do concelho “é inaceitável”.
“A Câmara de Sintra investe centenas de milhares de euros nestes centros, disponibiliza todos os meios necessários e depois falha a articulação entre as autoridades de saúde nacional e local e as pessoas são prejudicadas”, avançou o autarca, classificando como “incompreensível”.
Neste âmbito, Basílio Horta já falou com os responsáveis do Governo, exigindo “uma solução rápida e eficaz para resolver este problema e assegurar que situações idênticas não se repitam no futuro”.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.194.716 mortos no mundo, resultantes de mais de 152 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 16.977 pessoas dos 837.277 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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