Reino Unido
O Reino Unido registou 19.724 novas infeções de covid-19, mais 14% do que na véspera, e 137 mortes nas últimas 24 horas, anunciou o Ministério da Saúde britânico.
Na terça-feira tinham sido registados 143 mortes e 17.234 novos casos.
O total acumulado desde o início da pandemia de covid-19 no Reino Unido é agora de 654.644 casos de infeção confirmados e de 43.155 óbitos registados num período de 28 dias após as vítimas terem recebido um teste positivo.
Hoje entrou em vigor em Inglaterra um novo sistema de três níveis de risco de acordo com o valor de infeções de covid-19, tendo a área de Liverpool, no noroeste, sido a única colocada no grau mais elevado.
A maior parte da Inglaterra encontra-se no nível mais baixo desta escala, o que mesmo assim implica a proibição de ajuntamentos com mais de seis pessoas e o encerramento obrigatório de bares e restaurantes às 22:00, enquanto que o segundo nível impede a socialização entre pessoas que não façam parte do mesmo agregado familiar.
O nível de alerta mais alto também obriga ao encerramento de ‘pubs’ e bares que não sirvam refeições e recomenda às pessoas não entrarem ou saírem dessas áreas com maiores restrições, embora as escolas e universidades continuem abertas.
As autoridades de saúde de Inglaterra devem reunir-se hoje para decidir se outras áreas do norte da Inglaterra, como Manchester ou Lancashire, devem entrar no terceiro nível de restrições.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, descreveu esta como uma “abordagem regional de senso comum” que pretende “tentar evitar a miséria de um novo confinamento nacional” e manter as escolas abertas e a economia a funcionar.
Mas o líder do principal partido da oposição, o trabalhista Keir Starmer, manifestou-se favorável a um confinamento nacional de duas a três semanas sugerido por um grupo de assessores científicos do governo.
“Após ter lido e analisado as recomendações do SAGE, concluí genuinamente que um confinamento temporário [‘circuit breaker’] é do interesse nacional”, afirmou Starmer hoje no parlamento.
A Irlanda do Norte anunciou hoje um confinamento temporário, incluindo o encerramento de escolas durante duas semanas a partir de segunda-feira, enquanto que, a partir já de sexta-feira, bares e restaurantes só poderão servir para fora.
Na Escócia, os bares e restaurantes das áreas de Glasgow e Edimburgo estão fechados até 25 de outubro, e o chefe do governo autónomo do País de Gales, Mark Drakeford, disse hoje estar a ponderar “muito seriamente” um confinamento temporário.
Drakeford quer também impedir que habitantes de zonas de risco em Inglaterra viajem para o País de Gales.
Espanha
Espanha registou hoje 11.970 novos casos de covid-19 elevando para 908.056 o total de infetados no país, dos quais 100.000 nos últimos 10 dias, segundo números divulgados pelo Ministério da Saúde espanhol.
Por outro lado, as autoridades contabilizaram mais 209 mortes com a doença nas últimas 24 horas, aumentando o total de óbitos para 33.413.
Deram entrada nos hospitais com a doença nas últimas 24 horas 1.422 pessoas, das quais 308 em Madrid, 217 na Catalunha e 196 na Andaluzia.
Em todo o país há 11.671 pessoas hospitalizadas com a doença, das quais 1.652 pacientes em unidades de cuidados intensivos.
A região da Catalunha, a segunda em Espanha mais atingida pela pandemia a seguir à de Madrid, decidiu hoje fechar todos os cafés, bares e restaurantes e reduzir a lotação dos centros comerciais para 30% e dos ginásios em 50% para tentar conter o avanço da epidemia de covid-19.
As medidas em vigor durante pelo menos um período de 15 dias incluem também a suspensão de aulas presenciais nas universidades e a suspensão por duas semanas de todas as competições desportivas catalãs - federadas, escolares ou privado.
Itália
A Itália contabilizou hoje um novo máximo de novas infeções com 7.332 nas últimas 24 horas, elevando o número total de casos para 372.799 desde que a pandemia começou no país em fevereiro, anunciou o Ministério da Saúde.
O pico anterior de contaminações tinha sido a 21 de março, na altura com 6.557 casos, sendo que naquele dia foram realizados 26.300 exames, embora nesta quarta-feira tenham sido realizados 152.196 testes.
Das 7.332 novas infeções, 1.844 são da Lombardia, a região mais afetada pela pandemia, seguida pela Campânia (818), Veneto (657) e Toscana (575).
Nas últimas 24 horas, morreram 43 pessoas, aumentando o número total de óbitos para 36.289 desde fevereiro.
Existem atualmente 92.445 pacientes com a covid-19 no país, dos quais 549 estão em unidades de cuidados intensivos e 5.470 em hospitais, enquanto os restantes estão em casa, com sintomas leves ou assintomáticos.
O governo italiano apelou à responsabilidade nos últimos e pediu aos cidadãos para que não parassem de tomar medidas preventivas para evitar que a curva de transmissão disparasse.
Recentemente, o Governo estendeu o estado de emergência até 31 de janeiro para fazer frente à pandemia, com a aprovação de decretos urgentes como o de terça-feira, que prevê o encerramento antes da meia-noite de estabelecimentos públicos como bares e restaurantes, e às 21:00 os que não tenham serviço de mesa, com o objetivo de evitar aglomerações de pessoas que bebem nas ruas.
Também estão proibidos os jogos de desportos de contacto entre amigos, como o futebol e basquetebol, assim como a realização de festas privadas em locais públicos e discotecas ou ao ar livre, ou dentro de casa, e excursões escolares.
Rússia
A Rússia registou uma segunda vacina contra o coronavírus, etapa preliminar na Rússia para a fase final de testes clínicos, indicou hoje o Presidente russo, Vladimir Putin, numa altura em que o país contabilizou novo recorde infeções diárias.
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A vacina tem um nível de segurança "suficientemente alto", declarou na mesma cerimónia a vice-primeira-ministra da Saúde russa, Tatiana Golikova.
A vacina, produzida pelo laboratório Vektor, entrará a partir de agora para a fase final dos ensaios clínicos, que implicará a utilização de 40.000 voluntários, acrescentou.
O Vektor, na região de Novossibirsk, desenvolveu uma investigação secreta sobre as armas biológicas durante o período soviético e tem armazenadas amostras de vírus que vão desde a varíola ao Ébola.
A Rússia registou em agosto passado a sua primeira vacina contra o novo coronavírus, criada no centro de investigação moscovita de Gamalei, em colaboração do Ministério da Defesa russo.
Batizada "Sputnik V", em referência ao satélite soviético, a vacina foi recebida com ceticismo em todo o mundo, sobretudo porque não tinha desenvolvido a fase final dos ensaios na altura do anúncio pelas autoridades russas.
Uma grande parte da elite política russa, no entanto, acabou por ser vacinada, com Putin a citar o "caso exemplar" de uma das suas filhas, a quem foi administrada uma dose.
Segundo Putin, o Governo espera desenvolver e distribuir maciçamente a vacina no país antes do final do ano.
O anúncio surgiu no mesmo dia em que a Rússia, que tem conhecido uma segunda vaga do novo coronavírus no país, voltou a bater o recorde de novos casos diários de covid-19, ao registar nas últimas 24 horas 14.231 infeções.
Na terça-feira, a Rússia registou também um recorde de óbitos em 24 horas, ao atingir 244 mortes.
As autoridades russas já assumiram que 90% das camas hospitalares reservadas para as doenças estão ocupadas, mas afirmaram controlar a situação para evitar novas medidas de contenção estrita, com efeitos devastadores para uma economia que já estava em crise antes da pandemia.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de um milhão e oitenta e sete mil mortos e mais de 38,2 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
(Artigo atualizado às 17:48)
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