Em entrevista esta noite à SIC, Rui Rio deixou claro que o PSD não vai “vender as suas ideias ao desbarato”, mas terá sempre sentido de responsabilidade devido à crise provocada pela covid-19, garantindo que o seu objetivo é “servir o país”.
“Vamos ser críticos, mas vamos ter uma latitude muito grande. Eu não estou a cooperar com o PS, eu estou a cooperar com o Governo de Portugal em nome de Portugal”, garantiu.
O líder social-democrata deu o exemplo da sessão plenária da Assembleia da República de quarta-feira, na qual “o PS votou contra tudo aquilo que o PSD propôs” e “votou com a esquerda muita coisa”.
“Acha que eu vinha para aqui desatar a atacar o PS e o Governo com estados de alma? Isto não é para estados de alma, é para olhar para o interesse nacional. Eu não vou abandonar o interesse nacional e a colaboração enquanto isto durar”, assegurou.
Questionado sobre as declarações que fez, em entrevista anterior à RTP, sobre um Governo de salvação nacional, Rui Rio assumiu que “aí há uma confusão”.
“Quando eu falo em Governo de salvação nacional, eu não estou a pensar em formas de Governo, mas na palavra portuguesa que significa salvação”, começou por explicar.
Na perspetiva do presidente social-democrata, o Governo que estiver em funções depois da crise provocada pela pandemia terá de possuir estas características porque Portugal, e a Europa, “vai ficar numa situação económica tão difícil, tão difícil, tão difícil que a lógica de governação a seguir é uma lógica de salvação nacional”, seja qual for o executivo.
Sobre a possibilidade de integrar um Bloco Central, Rio afirmou não estar a pensar nisso, reiterando que essa “é sempre uma solução contranatura”.
“É muito difícil antever a situação social e económica do país em que vai estar. Aquilo que é mais prudente, mais inteligente, com mais bom senso é não tentar desenhar cenários que nós não temos noção nenhuma de como vão ser”, afirmou.
Questionado sobre se caso estivesse no Governo neste momento conseguiria cumprir a promessa eleitoral do choque fiscal, o líder da oposição assumiu que seria “quase impossível cumprir”, uma vez que essa opção “assentava na folga que o crescimento económico permitia”, que neste momento não existe, uma vez que a economia está parada.
“Eu não era honesto se dissesse que tinha condições para o fazer com este enquadramento”, assumiu, antecipando que vai ser preciso desenhar um quadro fiscal que permita melhores condições para a retoma.
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