“Acho que banca está sensível [para o problema das famílias e das empresas]. Mas uma coisa é estar sensível e, no terreno, ser coerente com isso. Esta reunião [do PR com os banqueiros] é mais um abanão, para não caírem na tentação de lucrar, mas ajudar as empresas dentro da sua sustentabilidade financeira”, disse Rui Rio, numa conferência de imprensa realizada na sede distrital do Porto, transmitida em direto pelas redes sociais.
Para Rio, “o pior que podia acontecer é a banca ficar numa situação tão difícil como ficou no passado ou como estão as empresas” mas, alertou, “esganar as empresas também não”.
O presidente do PSD respondia aos jornalistas depois de apresentar um pacote de medidas para “atenuar, no imediato”, a crise provocada pela pandemia de covid-19.
Entre as propostas apresentadas, Rio incluiu a de que a TAEG [Taxa Anual de Encargos Efetiva Global] “atinja um valor igual ou inferior a 1,5%”.
“A TAEG é o custo global que empresas pagam. Neste momento, o grosso das empresas está a pagar mais de 3%. E a banca neste momento consegue financiar-se a taxa de juro negativo”, explicou Rui Rio.
O líder do PSD notou que a intenção é “disciplinar”.
“De forma alguma [pretendemos] por em causa a banca, mas não é correto que as taxas de juro atinjam patamares que vão para lá do que as empresas estão capazes de pagar neste momento”.
“É a esta unidade nacional que tenho sempre apelado”, frisou.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,2 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 70 mil.
Dos casos de infeção, mais de 240 mil são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu, com mais de 680 mil infetados e mais de 50 mil mortos, é aquele onde se regista o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, 16.523 óbitos em 132.547 casos confirmados até hoje.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 311 mortes, mais 16 do que na véspera (+5,4%), e 11.730 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 452 em relação a domingo (+4%).
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até ao final do dia 17 de abril, depois do prolongamento aprovado na quinta-feira na Assembleia da República.
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