"Eu até agora ainda não conheço as medidas do Governo, estar a antecipar medidas acho que seria imprudente e houve outros concelhos que tomaram medidas antecipadas e que depois se verificaram ser imprudentes. Isso eu não faço", afirmou Rui Moreira à margem de uma visita à Pousada da Juventude no Porto que começa, a partir de amanhã, a funcionar como uma estrutura de retaguarda para receber doentes não infetados provenientes de instituições e lares onde existem casos de covid-19.

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, anunciou na terça-feira um programa para o comércio e restauração da capital, no valor de 20 milhões de euros, com apoios a fundo perdido entre quatro e oito mil euros.

O programa deverá abranger cerca de oito mil empresas e empresários da cidade, que representam 80% do setor na capital e 100 mil empregos, e será pago em duas tranches, entre o próximo mês e março de 2021.

Em declarações aos jornalistas, Rui Moreira sublinhou que aguarda que o Governo divulgue concretamente o pacote de medidas que o primeiro-ministro, António Costa, anunciou na terça-feira, para analisar a viabilidade de um apoio suplementar da autarquia para estes setores.

"Entendemos que esta é uma matéria da competência do Governo e depois nós, supletivamente, analisaremos se é preciso ou não é preciso, se é conveniente ou não é conveniente, se está ao nosso alcance ou não está ao nosso alcance tomar medidas adicionais", disse.

No setor da hotelaria, o autarca reconheceu que a situação vivida é difícil, mas reiterou que vai aguardar as medidas que vão ser anunciadas pelo Governo antes de tomar qualquer decisão.

"Não há turistas, a situação é esta: não há turistas e não é por causa das decisões da cidade ou turismo. Estamos a viver uma situação em que o turismo parou. Aliás, Espanha acaba de anunciar que as pessoas, para entrarem em Espanha, têm de fazer testes. Aquilo que é promoção da cidade do Porto, isso faremos, agora o que não podemos é inventar turistas", disse, acrescentando que "se for preciso fazer alguma coisa", a autarquia fará.

Questionado ainda sobre a decisão de suspender toda a atividade programada para a época natalícia, nomeadamente, a montagem da árvore de Natal e o fogo-de-artifício na passagem de ano, Moreira explicou que seria "absolutamente irresponsável" por parte da autarquia promover eventos onde, no passado, se juntaram milhares de pessoas.

"Se Deus quiser e o vírus também, nós para o ano teremos duas árvores de Natal em vez de uma. Mas este ano seria absolutamente irresponsável, por parte da Câmara do Porto, estar a dizer aos cidadãos que na medida do possível não devem procurar aglomerações e estar a promover fogo-de-artifício e a árvore de Natal porque das duas, uma: ou não ia lá ninguém e era deitar dinheiro fora ou ia lá toda a gente e íamos promover a infeção", declarou.

E acrescentou: "aquilo é um bocado a nossa onda da Nazaré, portanto não me peçam para promover a onda da Nazaré".

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