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A Direção-Geral da Saúde (DGS) faz o habitual balanço da pandemia. Ponto por ponto, o essencial da conferência desta sexta-feira.
- O secretário de Estado, o Diogo Serras Lopes afirmou que nos últimos sete dias Portugal registou "uma média diária de novos casos de 3546 face aos 2363 e 1711 novos casos em cada uma das duas semanas anteriores. Assim, deu conta que de que os "números são claramente superiores aos que foram verificados em março e abril deste ano e naturalmente colocam pressão adicional sobre o SNS, apesar da preparação que foi realizada ao longo destes meses".
- Depois de dar conta dos novos recordes de casos, óbitos e internamentos, o secretário de Estado reiterou a necessidade de conter a evolução exponencial da situação pandémica no país através de "um comportamento responsável" dos portugueses.
- "Tão fundamental como a capacidade de resposta é a necessidade de controlarmos e diminuirmos o número de casos novos, individual e coletivamente. Temos o dever de reduzir ao máximo possível as possibilidades de contágio. Só com um comportamento responsável, seguindo as regras e orientações que já todos conhecemos seremos capazes de reduzir e controlar os contágios e, naturalmente, a pressão atual sobre os serviços de saúde", disse.
- "Não podemos baixar os braços de forma nenhuma relativamente à importância que é reduzirmos o número de contágios. Qualquer pessoa que efetivamente ou esteja positiva ou que tenha tido um contacto de alto risco ou que tenha indicação para um isolamento profilático deve realizá-lo. É a única forma que temos de conter ou diminuir o número de novos caso que registamos atualmente", completou ainda, antes de fazer "um apelo" de que sejam cumpridas as normas e as indicações das autoridades.
Moto GP
- Sobre a possibilidade de o Grande Prémio do Algarve de Moto GP, entre 20 e 22 de novembro, ser cancelado, depois de terem sido detetados casos de infeção em elementos das equipas de Fórmula Um que estiveram em Portimão no último fim de semana, Diogo Serras Lopes remeteu o assunto para a Direção-Geral da Saúde, dizendo apenas que "a evolução da pandemia faz com que todas as medidas e todos os eventos sejam permanentemente avaliados e sejam tomadas as melhores decisões".
Números e taxas de camas
- "O SNS respondeu, está a responder e continuará a responder à pandemia e ao seu impacto. Ao dia de ontem (quinta-feira), e face a 15 de outubro, foram disponibilizadas para doentes covid-19 mais 617 camas de enfermaria e mais 93 camas em unidades de cuidados intensivos dentro do SNS", afirmou o governante.
- Em termos globais, a taxa de ocupação de camas em enfermaria é de 84% e em cuidados intensivos de 81%. Em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI), a taxa de ocupação no Norte ao dia de ontem era de 88% — era também a região do país com uma maior pressão. Na região de Lisboa e Vale do Tejo (RLVT), a taxa em UCI era de 84%. Em camas de enfermaria, no Norte, a taxa era de 89% e em RLVT era de 82%.
- "Volto a realçar que estas capacidades e a alocação de camas tanto de enfermaria como de UCI a doentes covid é uma alocação elástica. Há capacidade de expansão e será utilizada à medida tal for necessário.
Taxa de Mortalidade
- Outro assunto abordado pelos jornalistas foram os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) que indicam que as mortes por covid-19 em Portugal, entre 2 de março e 18 de outubro, representam apenas 27,5% do acréscimo da mortalidade registado relativamente à média dos últimos cinco anos.
- Entendeu o secretário de Estado da Saúde que não mereciam um comentário dado que tirar conclusões sem um estudo cuidado é "prematuro e não tem utilidade" e enfatizou que a taxa de mortalidade é um assunto que tem de ser estudado "de forma cuidadosa, que exige a codificação das várias patologias que estiverem inerentes ao óbito", frisou.
- "Estes estudos demoram o seu tempo e tem de ser feitos de forma cuidadosa", disse, escusando estender o seu comentário relativamente ao excesso de mortalidade. "É um tema que será naturalmente estudado, do qual serão feitos relatórios técnicos sobre o assunto", rematou.
Mapas de Risco
- Sobre os mapas de risco, o governante explicou que estes "nos ajudam" a perceber o que é a pandemia e a sua evolução, "os locais mais afetados". Serras Lopes frisa que são um instrumento muito importante tanto para avaliar a situação atual como para avaliar medidas futuras que vão ser tomadas e onde. "São um instrumento de trabalho", salientou. Para já, esclareceu, não existe a indicação de que sejam para divulgar publicamente.
Vacina da gripe
- Relativamente à questão e às notícias de que dão conta de que existe falta de vacinas para a gripe em alguns postos de saúde, o secretário de Estado dá conta de que "houve durante o ano de 2020 uma maior procura por parte de todos os países da gripe — o que é natural num contexto de pandemia e no contexto em que se pretendia que a vacinação fosse mais abrangente do que tinha sido em anos anteriores".
- O número disponível nas farmácias em 2021 é igual ao de 2020 no âmbito do planto de contingência do Serviço Nacional de Saúde. Segundo Serras Lopes, vai ser possível vacinar as pessoas mais idosas e mais vulneráveis e os doentes de risco.
Planos com o privado
- Diogo Serras Lopes deu como exemplo a recente transferência de doentes do Centro Hospitalar de Tâmega e Sousa, uma das unidades hospitalares que está a sofrer mais pressão devido o número de casos de covid-19.
- "O centro hospitalar Tâmega e Sousa, que sabemos que é o ponto mais pressionado nesta segunda vaga da covid-19 já tem instalações que permitem aumentar a sua capacidade", afirmou.
- Segundo o governante, "tem havido uma grande colaboração de todos os hospitais da região Norte, das Forças Armadas e da Cruz vermelha no sentido de poder ajudar o centro hospitalar do Tâmega e Sousa e já foram transferidos vários doentes para outros hospitais e serviços, permitindo dar uma resposta mais eficaz à procura adicional", frisou.
- "Não há aqui propriamente uma questão de uma entrega ou não de planos. Há uma disponibilidade que pode ser importante para o setor privado e social tanto para doentes covid como para doentes não-covid. Sempre trabalhámos com o setor privado e social e vamos continuar a trabalhar", rematou.
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