Segundo o boletim epistemológico publicado esta segunda-feira, 16 de março, Portugal registou até agora 331 casos confirmados de infeção pelo novo coronavírus, covid-19.
O total de casos suspeitos subiu para 2908.
Sabe-se também que o total de casos não confirmados é de 2203.
Há 374 pessoas a aguardar resultado laboratorial.
Recuperou mais uma pessoa, elevando o número de recuperados para um total de três.
Neste momento há 4592 casos a serem acompanhados com contactos de vigilância pelas autoridades.
Entre os casos importados o registo é de 1 de Alemanha/Áustria, 1 de Andorra, 1 da Bélgica, 16 de Espanha, 9 de França, 14 de Itália e 5 da Suíça.
A região de Lisboa e Vale do Tejo é a que regista mais casos, com 142 casos confirmados até ao momento. Segue-se a região Norte com 138 casos. A região Centro regista 31 casos, o Algarve tem 13 casos e os Açores mantém um caso confirmado de infeção. Madeira e Alentejo continuam sem registar casos.
Há ainda a registar 5 casos de infeção no estrangeiro.
Neste momento, Portugal regista 18 cadeias de transmissão ativas.
No total estão 139 pessoas internadas, 18 das quais em cuidados intensivos.
Os principais sintomas são tosse (53%), febre (31%), dificuldade respiratória (9%), cefaleia (19%), dores musculares (18%) e fraqueza generalizada (13%).
Se considerarmos as faixas etárias, há 3 casos até aos nove anos de idade, 27 casos entre os 10 e 19 anos, 38 casos entre os 20 e os 19 anos, 65 casos entre os 30 e 39 anos, 68 casos entre os 40 e os 49 anos, 52 casos entre os 50 e os 59 anos, 37 casos entre os 60 e os 69 anos e 40 casos de pessoas com mais de 70 anos.
O novo coronavírus responsável pela pandemia de Covid-19 foi detetado em dezembro, na China, e já provocou mais de 6.500 mortos em todo o mundo.
O número de infetados no mundo é superior a 169 mil pessoas, com casos registados em pelo menos 141 países e territórios, incluindo em Portugal. Do total de infetados, mais de 77 mil recuperaram.
Além da suspensão das aulas, o Governo declarou o estado de alerta no país, colocando os meios de proteção civil e as forças e serviços de segurança em prontidão.
A restrição de funcionamento de discotecas e similares, a proibição do desembarque de passageiros de navios de cruzeiro, exceto dos residentes em Portugal, a suspensão de visitas a lares em todo o território nacional e o estabelecimento de limitações de frequência nos centros comerciais e supermercados para assegurar possibilidade de manter distância de segurança foram outras das medidas aprovadas.
Posteriormente, o Governo proibiu o consumo de álcool na via pública e eventos com mais de cem pessoas.
Os governos regionais da Madeira e dos Açores decidiram impor um período de quarentena a todos os passageiros que aterrarem nos arquipélagos, enquanto o Governo da República desaconselhou as deslocações às ilhas.
O Governo, em colaboração com o executivo espanhol, está ainda a tomar os passos necessários para limitar a circulação na fronteira terrestre comum com Espanha a mercadorias e trabalhadores transfronteiriços por causa da pandemia.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ainda a cumprir quarentena, partilhou um vídeo onde fez um apelo aos portugueses e anunciou que vai convocar Conselho de Estado. Entre várias opções, está a cima da mesa a possibilidade de decretar estado de emergência, algo que tem de ser concertado entre Presidente da República, Governo e a Assembleia da República.
No que toca ao horizonte da pandemia, a ministra da Saúde, Marta Temido, adiantou que com dados disponíveis à data é previsível que a curva epidemiológica do novo coronavírus "aumente pelo menos até ao final de abril".
No entanto, no combate ao covid-19, o Ministério da Saúde informou que o Instituto Ricardo Jorge "sequenciou o genoma do coronavírus SARS-CoV-2 associado aos dois primeiros casos de Covid-19 detetados em Portugal".
A sequenciação do genoma do novo coronavírus "pode revelar-se uma ferramenta importante a vários níveis, nomeadamente para a ação em saúde pública no contexto de surto, pois, além de poder sustentar cadeias de transmissão identificadas a nível epidemiológico, poderá também desvendar novas cadeias, bem como identificar a origem de novas introduções do vírus em Portugal", explica o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge em comunicado.
Em causa está a sequenciação de dois casos confirmados a 2 de março aos quais estavam associadas viagem a Itália e a Espanha.
Assim, isto irá "contribuir para melhorar o conhecimento da variabilidade genética deste novo vírus à escala mundial, o que permitirá um melhor desenvolvimento de medidas profiláticas (vacinas) e terapêuticas".
As conclusões do Instituto Ricardo Jorge "foram imediatamente partilhadas a nível internacional, através da plataforma online Nextstrain e do repositório GISAID".
Para efetuarem a sequência do genoma do novo coronavírus, os investigadores do Instituto Ricardo Jorge "amplificaram laboratorialmente o material genético do vírus e de seguida a sequência completa do genoma foi identificada com recurso a tecnologias de sequenciação de nova geração e análise bioinformática, efetuada através da plataforma online INSaFLU."
A sequenciação destes primeiros casos envolveu profissionais de várias instituições, incluindo as equipas clínicas dos Hospitais São João e Santo António do Porto e de laboratórios dos departamentos de Doenças Infeciosas (DDI) e de Genética Humana do Instituto Ricardo Jorge (Laboratório Nacional de Referência para a Gripe e outros Vírus Respiratórios, Unidade de Tecnologia e Inovação e Núcleo de Bioinformática do DDI), informa o Ministério da Saúde.
O próximo passo é sequenciar "o genoma do vírus associado a novos casos de Covid-19 em Portugal".
Onde posso consultar informação oficial?
A DGS criou para o efeito vários site onde concentra toda a informação atualizada e onde pode acompanhar a evolução da infeção em Portugal e no mundo. Pode ainda consultar as medidas de segurança recomendadas e esclarecer dúvidas sobre a doença.
- https://covid19.min-saude.pt
- https://covid19.min-saude.pt/ponto-de-situacao-atual-em-portugal
- https://www.dgs.pt/em-destaque.aspx
Quem suspeitar estar infetado ou tiver sintomas em Portugal - que incluem febre, dores no corpo e cansaço - deve contactar a linha SNS24 através do número 808 24 24 24 para ser direcionado pelos profissionais de saúde. Não se dirija aos serviços de urgência, pede a Direção-geral de Saúde.
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