"Esta é uma decisão muito difícil, tomada perante uma conjuntura excecional, que afetará 5,5% dos nossos colaboradores em diferentes áreas da organização, mas que se afigura fundamental para assegurar a sustentabilidade económico-financeira da empresa”, disse o grupo, em comunicado.
A empresa garante pagar indemnizações “acima do quadro legal”, bem como estender alguns benefícios, incluindo os seguros de saúde.
Além disso, a Sumol+Compal não irá pagar prémios de gestão referentes a 2019 e vai avançar com uma redução do Conselho de Administração, mas ainda não são conhecidos mais detalhes sobre esta medida.
No comunicado, a empresa justifica que “a pandemia da covid-19 tem afetado a economia nacional e a atividade das famílias e das empresas de forma muito significativa”, apontando “quebras acentuadas nas suas vendas quando comparadas com igual período do ano anterior, com particular destaque para o canal Horeca [hotéis, restaurantes, cafés] que apresenta quebras bem mais acentuadas”.
“Face a este cenário, ao prolongamento de medidas restritivas que afetam negativamente o nosso negócio e ao nível de atividade económica previsto para o futuro, a Sumol+Compal vê-se obrigada a proceder a um processo de reajustamento da sua estrutura”, lê-se na mesma nota.
“A administração pretende que este processo seja realizado com transparência, dignidade e respeito por todas as pessoas envolvidas, salvaguardando a defesa dos interesses de todas as partes”, indicou o grupo, detalhando que a “figura jurídica escolhida para este processo é a de despedimento coletivo, por se considerar que é aquela que maximiza a proteção social aos colaboradores abrangidos por este processo, nomeadamente no acesso ao subsídio de desemprego”.
De acordo com a Sumol+Compal “esta medida enquadra-se num plano mais amplo de reestruturação da empresa, que tem vindo a reduzir custos e investimentos em diferentes áreas para fazer face aos desafios atuais”, sendo que o Conselho de Administração da empresa “reconhece o impacto social negativo destas medidas”.
A empresa emprega em Portugal cerca de 1.500 pessoas atualmente, de acordo com a mesma fonte, e comercializa várias marcas de bebidas, além da Sumol e da Compal.
O grupo conta com seis fábricas, quatro delas em Portugal, uma em Moçambique e uma em Angola.
Exportando para cerca de 70 países, o volume de negócios nos mercados internacionais ascendeu a cerca de 83 milhões de euros em 2018, o que representa cerca de 25% do volume de negócios total, segundo os últimos dados fornecidos pela empresa, no ano passado.
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