“A primeira amostra da variante B.5 não muda os planos”, declarou Pedro Ramos aos jornalistas à margem da cerimónia de abertura alusiva ao Dia Internacional do Enfermeiro, promovida pelo Serviço de Saúde da Região Autónoma da Madeira.

O governante argumentou que a decisão de manter as medidas delineadas se baseia em fatores como “o número de internamentos ser cada vez menor, a mortalidade ou letalidade da doença relacionada com a doença estar abaixo daquilo que eram as previsões da Organização Mundial de Saúde e o Rt [índice de transmissibilidade] ser o mais baixo do país, 0.86”.

“Naturalmente que isto são tudo argumentos para que as medidas que têm sido implementadas da forma sequencial, da forma como as autoridades de saúde e o Governo Regional têm entendido, vão continuar a sua marcha”, afirmou.

O responsável salientou que “a maior contagiosidade desta variante está relacionada com Ómicron, que permitiu as comunidades conviverem com o vírus”.

O Governo Regional da Madeira já anunciou que pretende abolir a obrigatoriedade do uso de máscara nos espaços interiores a partir de 14 de maio, vigorando o estado de alerta até às 23:59 horas desse dia.

A única exceção ao fim da obrigatoriedade do uso de máscara serão os locais frequentados por pessoas vulneráveis, como hospitais e demais unidades de saúde, farmácias e lares, estando ainda para decidir o uso obrigatório nos transportes públicos.

O boletim de internamentos associados à covid-19 hoje divulgado indica que estão hospitalizadas 21 pessoas na Madeira, não havendo qualquer cama nos cuidados intensivos do Hospital Dr. Nélio Mendonça, no Funchal, dedicada à doença ocupada.

Desde o início da pandemia, em março de 2020, a Madeira registou um total de 272 mortes associadas à covid-19.

A linhagem BA.5 da variante Ómicron já é responsável por 37% dos casos de infeção em Portugal, uma tendência de crescimento que deve chegar aos 80% em 22 de maio, segundo estimativas do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).

O último relatório do grupo de trabalho do Instituto Superior Técnico sobre a evolução da pandemia, divulgado na terça-feira pela Lusa, alerta que as novas linhagens da variante Ómicron do coronavírus SARS-CoV-2, em conjugação com a eliminação da obrigatoriedade do uso generalizado de máscara, podem estar a contribuir para o aumento do número de casos.

De acordo com o documento, a incidência média a sete dias aumentou de 8.763 para 14.267 casos desde 19 de abril, o que se deve “à retirada abrupta do uso de máscara em quase todos os contextos e à nova linhagem BA.5 da variante Ómicron que começa a instalar-se” no país.

Quanto à BA.2, que foi detetada pela primeira vez em Portugal no final de 2021 e que passou a ser a dominante na última semana de fevereiro deste ano, apresenta uma prevalência decrescente, representando agora 62,9% das amostras analisadas pelo INSA.

No âmbito da monitorização contínua da diversidade genética do SARS-CoV-2 que o INSA está a desenvolver, têm sido analisadas uma média de 523 sequências por semana desde o início de junho de 2021, provenientes de amostras colhidas aleatoriamente em laboratórios distribuídos pelos 18 distritos de Portugal continental e pelas regiões autónomas dos Açores e da Madeira, abrangendo uma média de 139 concelhos por semana.

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