“Não estão a ter o apoio que devem ter da parte de algumas entidades. É preciso mais apoio”, reivindicou à agência Lusa o presidente da Câmara de Mora, Luís Simão.
Afiançando que não consegue “falar com ninguém da Saúde Pública - é para esquecer” -, o autarca indicou que “nenhuma entidade disse o que quer que seja ao Lar” da Associação de Cabeção de Solidariedade aos Trabalhadores Idosos (ASCTI), onde existe o surto de covid-19.
“O que eu noto, neste momento, é que não há resposta de algumas entidades, porque não há recursos humanos, e o sistema, a nível distrital, não está a funcionar”, criticou.
Os primeiros resultados positivos para o vírus que provoca a covid-19 nesta estrutura residencial para pessoas idosas (ERPI) foram conhecidos “no início da semana”, quando foi efetuada “uma primeira testagem a cerca de 25 pessoas”, relatou.
Aí, “apareceram logo cinco funcionários e dois utentes” infetados. Os trabalhadores foram para casa, mas os idosos permaneceram no lar.
“Entretanto, outros dois utentes acabaram por ir para o hospital em Évora e tiveram resultado positivo no teste, pelo que ficaram internados”, acrescentou.
Na quinta-feira, “a Saúde Pública, como se impunha, fez a testagem de toda a gente do lar” e os resultados conhecidos hoje dão conta da infeção de “21 funcionários e 30 utentes”, o que corresponde, “sensivelmente, a metade da população” da ERPI, explicou.
“Com esta dimensão de pessoas infetadas, quer de utentes, quer de funcionários, já não há condições sequer no lar para que possam tratar das pessoas. Já há pessoas da direção a tratar dos idosos, porque os funcionários infetados tiveram de ir para casa”, disse.
O autarca de Mora defendeu que, quando foram identificados os primeiros dois infetados, estes deviam ter sido “logo retirados do lar” e a Saúde Pública devia ter “testado toda a gente no dia seguinte, não após vários dias”.
Os utentes com resultado positivo no teste à covid-19 devem, agora, ser retirados do lar, reclamou o presidente da Câmara, referindo que já abordou essa “possibilidade” com a Segurança Social e a Proteção Civil.
“Está-se a tentar que haja uma decisão também da Saúde Pública para que os idosos infetados que estão no lar possam sair de lá e serem transportados para Évora, em princípio para a residência universitária”, que tem sido utilizada para acolher doentes com covid-19, afirmou.
Portugal contabiliza pelo menos 5.902 mortos associados à covid-19 em 362.616 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).
O estado de emergência decretado em 9 de novembro para combater a pandemia foi renovado até 7 de janeiro de 2021, com recolher obrigatório nos concelhos de risco de contágio mais elevado.
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