Segundo o boletim publicado este sábado, 21 de março, Portugal registou até agora 1280 casos confirmados de infeção pelo novo coronavírus, Covid-19.

O documento da DGS regista 12 óbitos por infeção contraída de coronavírus: quatro na zona Norte, quatro na zona Centro, três na região de Lisboa e Vale do Tejo e outra no Algarve, precisa o boletim epidemiológico divulgado hoje, com dados referentes até às 24:00 de sexta-feira.

Segundo estes dados da DGS, há mais 260 casos confirmados de infeção com o novo coronavírus, que provoca a doença covid-19, do que na sexta-feira.

Segundo o boletim, o total de casos suspeitos subiu para 9854 e o total de casos não confirmados é de 7515. Há 1059 pessoas a aguardar resultado laboratorial.

O número de recuperados, porém, não se alterou, mantendo-se nos cinco casos. Quanto ao número de internamentos, de acordo com a DGS, mantém-se 156 pessoas internadas, 35 das quais em cuidados intensivos.

Neste momento há 13155 casos a serem acompanhados com contactos de vigilância pelas autoridades.

A região Norte é a que regista mais casos, com 644 casos confirmados até ao momento, com quatro óbitos.

Segue-se a de Lisboa e Vale do Tejo com 448 casos, havendo três óbitos registados. A região Centro regista 137 casos (quatro óbitos registados), o Algarve tem 31 casos, registando-se um óbito, e o Alentejo tem três casos.

Nas regiões autónomas, os Açores têm três casos e a Madeira tem cinco casos confirmados.

Há ainda a registar nove casos de infeção no estrangeiro.

Entre os casos importados o registo é de 1 de Alemanha/Áustria, 2 de Andorra, 1 da Bélgica, 4 do Brasil, 2 dos Emirados Árabes Unidos, 33 de Espanha, 24 de França, 20 de Itália, 1 da Índia, 1 do Irão, 3 dos Países Baixos, 3 do Reino Unido e 9 da Suíça.

Se considerarmos as faixas etárias, há 18 casos até aos nove anos de idade, 49 casos entre os 10 e 19 anos, 157 casos entre os 20 e os 29 anos, 234 casos entre os 30 e 39 anos, 242 casos entre os 40 e os 49 anos, 214 casos entre os 50 e os 59 anos, 180 casos entre os 60 e os 69 anos, 113 casos entre os 70 e os 79 anos e 73 casos em pessoas com mais de 80 anos.

Ao todo, existem 631 casos confirmados em pessoas do sexo masculino e 649 casos em pessoas do sexo feminino.

Ponto da Situação em Portugal

Portugal encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de quinta-feira, 19 de março, depois de a Assembleia da República ter aprovado na quarta-feira o decreto que lhe foi submetido pelo Presidente da República, com o objetivo de combater a pandemia de Covid-19, após a proposta ter recebido pareceres favoráveis do Conselho de Estado e do Governo.

O estado de emergência proposto pelo Presidente prolonga-se até às 23:59 de 2 de abril.

Ontem, o Governo voltou a reunir-se em Conselho de Ministros para debater as medidas de apoio social e económico para a população afetada pela pandemia de Covid-19, depois de na quinta-feira ter apresentado um primeiro lote de medidas de concretização do estado de emergência.

Estas são as principais recomendações das autoridades de saúde à população

O surto do novo coronavírus detetado na China tem levado as autoridades de saúde a fazer recomendações genéricas à população para reduzir o risco de exposição e de transmissão da doença. Eis algumas das principais recomendações à população pela Organização Mundial da Saúde e pela Direção-geral da Saúde portuguesa:

  • Lavagem frequente das mãos com detergente, sabão ou soluções à base de álcool;
  • Ao tossir ou espirrar, fazê-lo não para as mãos, mas para o cotovelo ou para um lenço descartável que deve ser deitado fora de imediato;
  • Evitar contacto próximo com quem tem febre ou tosse;
  • Evitar contacto direto com animais vivos em mercados de áreas afetadas por surtos;
  • Deve ser evitado o consumo de produtos de animais crus, sobretudo carne e ovos;
  • Em Portugal, caso apresente sintomas de doença respiratória e tenha viajado de uma área afetada pelo novo coronavírus, as autoridades aconselham a que contacte a Saúde 24 (808 24 24 24).

Desta reunião, saíram medidas como a prorrogação automática do subsídio de desemprego, do complemento solidário para idosos e do rendimento social de inserção, bem como o adiamento para o segundo semestre do ano do pagamento do IVA e do IRC, que teria de ser pago nos próximos meses, para garantir a atividade das empresas e postos de trabalho. Outra das medidas anunciadas foi a suspensão do prazo de caducidade dos contratos de arrendamento de casas que viessem a caducar nos próximos três meses.

No Conselho de Ministros de quinta-feira foram aprovadas medidas como o “isolamento obrigatório” para doentes com Covid-19 ou que estejam sob vigilância ativa, sob o risco de “crime de desobediência”, a generalização do teletrabalho" para todos os funcionários públicos que o possam fazer, o fecho das Lojas do Cidadão, bem como dos estabelecimentos com atendimento público, com exceção para, entre outros, as mercearias e supermercados, postos de abastecimento de combustível, farmácias e padarias.

O Governo decidiu criar, também, um "gabinete de crise" para lidar com a pandemia da Covid-19, que integra os ministros de Estado, da Administração Interna, da Defesa Nacional e das Infraestruturas.

Entre as medidas para conter a pandemia, o Governo já tinha suspendido as atividades letivas presenciais em todas as escolas desde segunda-feira e imposto restrições em estabelecimentos comerciais e transportes, entre outras.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, infetou mais de 245 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 10 mil morreram. Das pessoas infetadas, mais de 86.600 recuperaram da doença.

Onde posso consultar informação oficial?

A DGS criou para o efeito vários sites onde concentra toda a informação atualizada e onde pode acompanhar a evolução da infeção em Portugal e no mundo. Pode ainda consultar as medidas de segurança recomendadas e esclarecer dúvidas sobre a doença.
Quem suspeitar estar infetado ou tiver sintomas em Portugal - que incluem febre, dores no corpo e cansaço - deve contactar a linha SNS24 através do número 808 24 24 24 para ser direcionado pelos profissionais de saúde. Não se dirija aos serviços de urgência, pede a Direção-Geral de Saúde.