A posição do MUT-AMP foi expressa à agência Lusa pelo dirigente do movimento Adérito Santos no dia em que, de acordo com fonte sindical, cerca de 100 funcionárias de limpeza da empresa privada que presta serviço no Metro do Porto recusaram trabalhar “por falta de material de proteção”, como luvas e desinfetante.
“É legítimo que as funcionárias se queixem. Também têm receio. É um dado novo que lamentamos porque as medidas, tal como tinham sido anunciadas, deixaram-nos satisfeitos. Agora, é preciso que as levem a sério, dando condições para o seu efetivo cumprimento”, disse Adérito Santos.
A Metro do Porto e a Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) revelaram há uma semana que estavam a reforçar a limpeza das suas viaturas, fazendo desinfeções diárias devido ao surto de Covid-19.
Em resposta a questões então colocadas pela Lusa, a Metro do Porto anunciou um plano para “desinfeção diária de todos os veículos, incluindo as cabinas de condução e os salões dos passageiros”, bem como de “corrimões e outros pontos de contacto existentes nas estações subterrâneas”.
A Metro do Porto acrescentou que nos dias seguintes iria “receber e imediatamente começar a utilizar equipamento de limpeza de largo espetro, mais eficaz e com garantias de uma higienização mais prolongada no tempo”.
Também a STCP revelou na sexta-feira que as entradas nos autocarros começaram a ser feitas pela porta traseira, as validações de bilhetes estão suspensas e as viagens dos elétricos canceladas devido à Covid-19.
Em comunicado, a empresa destacou ter decidido “manter a oferta atualmente em vigor”, mas aplicar no serviço “mudanças preventivas” que passam também pela suspensão da venda de bilhetes a bordo.
A intenção é “reduzir o contacto físico com os motoristas e criar condições para que o serviço possa continuar a ser realizado”, disse a fonte da STCP, acrescentando que, quanto ao elétrico, dada a sua “vertente essencialmente turística”, foi decidido suspender a circulação até 03 de abril.
Noutra nota de imprensa, a STCP revelou que “avançou com um reforço adicional de higienização e desinfeção, enquanto medida preventiva face a possíveis situações de contágio de Covid-19, respeitando as diretrizes globais recomendadas pelas autoridades de saúde”.
Já hoje de manhã, uma centena de funcionárias de limpeza da empresa privada que presta serviço no Metro do Porto recusou trabalhar porque “faltam luvas e desinfetante”, mas, entretanto, a situação já foi normalizada, garantiu, fonte da empresa.
“Até haver luvas e desinfetante, as cerca de 100 trabalhadoras recusam trabalhar. Todos os funcionários, sejam da empresa do Metro ou de empresas ao serviço do Metro, têm de estar protegidos face ao coronavírus”, afirmou Eduardo Teixeira, do Sindicato dos Trabalhadores de Serviços de Portaria, Vigilância, Limpeza, Domésticas e Atividades Diversas (STAD).
Em Portugal, 331 pessoas foram infetadas até hoje, mas sem registo de mortes, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS).
Dos casos confirmados, 192 estão a recuperar em casa e 139 estão internados, 18 dos quais em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI).
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, convocou hoje o Conselho de Estado para quarta-feira para discutir a eventual decisão de decretar o estado de emergência, enquanto o primeiro-ministro, António Costa, anunciou que Portugal e Espanha vão limitar a circulação na fronteira a mercadorias e trabalhadores transfronteiriços.
O Governo declarou na sexta-feira o estado de alerta no país, colocando os meios de proteção civil e as forças e serviços de segurança em prontidão, e suspendeu as atividades letivas presenciais em todas as escolas a partir de segunda-feira, impondo restrições em estabelecimentos comerciais e transportes, entre outras.
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