Inicialmente, o número apontado era para cima de um milhão, depois evoluiu até ao milhão e meio e agora, Duarte Ricciardi, secretário-executivo do Comité Organizador Local (COL) da JMJLisboa2023, admite, em entrevista à Lusa, que “o número de jovens esperado pode ser revisto em alta ou em baixa”.

“Antes da covid, nós olhávamos para Cracóvia e para Madrid, que foram as duas últimas jornadas na Europa, e achávamos que iríamos estar mais ou menos nesse intervalo. Depois da covid, as coisas ficaram muito mais imprevisíveis. Portanto, tanto podemos ter muito menos pessoas, porque temos restrições, ou até não podemos deixar entrar tantas pessoas, como podemos ter o contrário, que é toda a gente quer viajar, já não há tantas restrições”, afirma Ricciardi, para quem “os jovens estão ansiosos por se voltarem a encontrar”.

Sejam um milhão, um milhão e meio ou mesmo mais, os participantes vão ser alojados em três dioceses de acolhimento: Lisboa, Santarém e Setúbal. “Os jovens vão-se espalhar um bocadinho por este território”.

“Vão dormir em espaços comuns ou em casas de famílias que se voluntariarão para acolher os jovens e depois vão comer um bocadinho por toda a cidade. Estamos ainda a tratar dessa parte, de como é que damos acesso à alimentação aos jovens, mas vai acontecer um pouco por toda a cidade [de Lisboa], tirando nos últimos dois dias, em que estarão aqui [ao norte do Parque das Nações], no recinto que vai ser o do encontro principal da vigília e da missa final com o Papa. Nesse caso, os jovens terão aqui alimentação, haverá um sistema que vai fornecer alimentação”, explica.

Segundo o responsável pela coordenação das equipas de preparação da logística para a JMJLisboa2023, “por toda a cidade vão acontecer durante a semana [de 01 a 06 de agosto] uma série de festivais, de palestras, de artes musicais e danças. E isso não está bem definido onde é que vai acontecer. Eventualmente, alguns eventos poderão acontecer aqui [no recinto principal], outros noutros sítios da cidade e não só da cidade, mas das duas outras dioceses também”.

Certo é que, embora seja agosto, tradicionalmente com menos pessoas em Lisboa, com mais de um milhão de jovens de todo o mundo presentes, vai ser uma capital a viver a um ritmo diferente.

“Há a consciência de que vai ser uma semana atípica. Vamos ter, se calhar, o duplicar da população que tipicamente está em Lisboa. Sendo em agosto, no início de agosto, é um período em que Lisboa não está a trabalhar a cem por cento. Sabemos que vai ser uma semana que vai ter algumas entropias, do trânsito, dos acessos… O que está a ser feito é, em conjunto com a Câmara de Lisboa, ver onde vão ser esses pontos críticos, onde é que vai haver essas entropias, para tentarmos encontrar planos para contornar isso, para que seja o mínimo possível”, diz o gestor.

Toda a capital terá atividades relacionadas com a JMJLisboa2023, com o recinto junto ao Tejo, a norte do Parque das Nações, a ser o centro dos últimos dois dias.

Um palco/altar, perto da Ponte Vasco da Gama, infraestruturas como casas de banho, hospitais de campanha, toda logística para receber peregrinos que necessitam de comer, de serem acolhidos, estruturas para centenas de profissionais da comunicação social de todo o mundo, entre outras, darão uma configuração especial aos muitos hectares divididos entre Lisboa e Loures.

Também para tomarem contacto com uma organização de um evento de grande dimensão, os membros do COL da JMJLisboa2023 preparam-se para estar em Santiago de Compostela, na Galiza, entre 03 e 07 de agosto próximo, na Peregrinação Europeia de Jovens.

“Pedimos a toda a gente do COL para que, todos os que possam, participem na peregrinação. Acho que vai ser importante para nós termos essa noção da dimensão. É o maior encontro católico na Europa que vai acontecer desde hoje até à Jornada Mundial da Juventude. Portanto, vai ser para nós próprios um bom momento”, acredita Duarte Ricciardi.

Por outro lado, será também ocasião para “falar da Jornada e promover a Jornada”, admite, acrescentando que, “em princípio”, os membros do COL vão fazer a pé o Caminho de Santiago.