Em comunicado, a DGS informa que se trata "de uma doente proveniente de Milão, que foi encaminhada para o Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ)".

"A doente ficará internada e serão realizadas colheitas de amostras biológicas para análise pelo CHUSJ".

Este caso eleva para 18 o número de casos suspeitos registados em Portugal, sendo que os anteriores 17 deram negativo.

O único caso de um português infetado é de Adriano Maranhão, canalizador no navio de cruzeiros Diamond Princess, que foi transferido a 25 de fevereiro para um hospital da cidade de Okazaki, Japão, depois as autoridades japonesas terem confirmado que este deu teste positivo para infeção por coronavírus.

Em Portugal, quem suspeitar estar infetado ou tiver sintomas - que incluem febre, dores no corpo e cansaço - deve contactar a linha SNS24 através do número 808 24 24 24 para ser direcionado pelos profissionais de saúde.

Entre as recomendações de saúde para evitar infeções estão as seguintes: Lavagem frequente das mãos com detergente, sabão ou soluções à base de álcool; Ao tossir ou espirrar, fazê-lo não para as mãos, mas para o cotovelo ou para um lenço descartável que deve ser deitado fora de imediato; Evitar contacto próximo com quem tem febre ou tosse; Evitar contacto direito com animais vivos em mercados de áreas afetadas por surtos; Deve ser evitado o consumo de produtos de animais crus, sobretudo carne e ovos; Caso se dirija a uma unidade de saúde com suspeitas de infeção ou sintomas deve informar de imediato o segurança ou o administrativo.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) ativou os hospitais de Santa Maria, S. José (Lisboa), Coimbra e Santo António (Porto) para validar casos suspeitos de infeção pelo novo coronavírus (Covid-19). Tratam-se de hospitais de referência de "segunda linha" para a contenção da infeção.

A partir desta segunda-feira, 26 de fevereiro, o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e o Hospital Curry Cabral, em Lisboa, passam a poder fazer análises laboratoriais aos casos suspeitos. Até à data, as análises eram feitas no Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, em Lisboa, e, mais recentemente, no Hospital S. João, no Porto. Atualmente existem 2.000 quartos de isolamento nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde.

Portugal repatriou 18 portugueses e duas brasileiras, que chegaram em 2 de fevereiro ao aeroporto militar de Figo Maduro, em Lisboa. Todos estiveram na cidade chinesa de Wuhan, capital da província de Hubei, epicentro do surto. Todos deram resultado negativo para infeção por coronavírus.

O balanço provisório da epidemia do coronavírus Covid-19 é de pelo menos 2.763 mortos e cerca de 81.000 infetados, de acordo com dados reportados por mais de 40 países e territórios.

Além de 2.717 mortos na China, onde o surto começou no final do ano passado, há registo de vítimas mortais no Irão, Itália Coreia do Sul, Japão, Filipinas, França e Taiwan.

Em Itália, o país com mais casos na Europa, foram registados 374 casos de infeção e 12 mortes, segundo o balanço atualizado divulgado esta quarta-feira, 26 de fevereiro, pelo Serviço de Proteção Civil.

Uma série de falhas num hospital favoreceu a disseminação do novo coronavírus em Itália, cujo surto afeta as regiões de Lombardia (cuja capital é Milão), Véneto (Veneza), Emilia Romanha (Bolonha), Piemonte (Turim) e Lácio (Roma), na Sicília (Palermo), e Toscana (Florença).

O SAPO24 falou com portugueses e italianos nas zonas afetadas, cujo testemunho pode ler aqui. Apesar do surto, todos os países vizinhos da Itália comprometeram-se a manter as suas fronteiras abertas.

A Organização Mundial de Saúde declarou o surto do Covid-19 como uma emergência de saúde pública de âmbito internacional e alertou para uma eventual pandemia, após um aumento repentino de casos em Itália, Coreia do Sul e Irão nos últimos dias.