O instituto de estatística australiano (ABS, na sigla em inglês) indicou hoje que 594.300 pessoas ficaram desempregadas no último mês.
Desde que o instituto começou a contabilizar as variações mensais no desemprego, em 1978, que não se registava um aumento tão grande do número de desempregados em apenas um mês.
Segundo o ABS, desde o início da pandemia, 2,7 milhões de pessoas foram forçadas a deixar os seus trabalhos ou viram o seu tempo de trabalho reduzido, o que representa um quinto da população ativa.
O país registou “uma queda sem precedentes” na taxa de atividade, de 63,5%, por causa das medidas adotadas para lutar contra a propagação do novo coronavírus.
A redução das atividades económicas traduziu-se no aumento de um ponto percentual no desemprego, que atingiu agora os 6,2%, segundo o ABS.
O Ministério das Finanças australiano prevê que a taxa de desemprego atinja os 10% em junho.
O primeiro-ministro, Scott Morrison, considerou estes números “extremamente chocantes, embora não inesperados”, recordando que seis milhões de australianos beneficiam atualmente do Jobkeeper, um programa de manutenção do emprego que consiste no pagamento de parte do salário pelo Estado, num valor de até 1.500 dólares australianos (890 euros), durante duas semanas.
O primeiro-ministro instou a população a preparar-se para outras más notícias no plano económico nos próximos meses.
“Sabíamos que haveria notícias difíceis, porque a pandemia tem um impacto na Austrália, tal com em todos os países do planeta”, disse o responsável do Governo.
Com 25 milhões de habitantes, a Austrália registou cerca de sete mil infeções por coronavírus e uma centena de mortos, desde o início da pandemia. O país foi elogiado pela eficácia das medidas adotadas para combater a propagação do vírus, mas as restrições tiveram um impacto devastador na economia.
Segundo estimativas do Governo australiano, a economia nacional regista uma perda semanal de quatro mil milhões de dólares australianos (2,4 mil milhões de euros).
Algumas zonas do país já começaram a levantar as restrições. A partir de sexta-feira, cafés, bares e restaurantes deverão começar a abrir portas para pequenos grupos.
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