“O que é melhor para os consumidores [portugueses] é uma CP [Comboios de Portugal] que tenha qualidade, que tenha eficiência e que tenha material circulante disponível”, disse à agência Lusa no final da assinatura o secretário de Estado das Infraestruturas português, Guilherme W. d’Oliveira Martins.

O acordo foi formalizado pelo presidente da CP, Carlos Gomes Nogueira, e pelo da RENFE (Rede Nacional de Ferrovias Espanhola), Isaías Táboas, na presença do secretário de Estado português e do seu homólogo espanhol, Pedro Saura.

Segundo Oliveira Martins, ficou “determinado” o aluguer de material circulante - quatro unidades - em 2019 e fazer "uma série de testes para outras unidades e tipologias” nos próximos três meses, até ao final do corrente ano.

“Há uma intenção firme quer da CP quer da Renfe para termos a primeira unidade elétrica também em 2019. Isso é muito importante para nós”, sublinhou o secretário de Estado das infraestruturas.

A transportadora ferroviária portuguesa tem atualmente alugadas 20 unidades a gasóleo (ou ‘diesel’) à Renfe, à qual paga sete milhões de euros por ano, ou cerca de 350 mil euros por comboio.

Oliveira Martins confirmou que o aluguer de cada uma das novas unidades a gasóleo tem o mesmo “preço de referência”, que será “adaptado” para o novo contrato.

O aluguer de comboios pela CP visa suprir as necessidades enquanto se espera pelo concurso para a compra de mais comboios.

“A CP está a preparar um caderno de encargos para, até ao final do ano, lançarmos o concurso de material circulante novo”, disse o secretário de Estado.

Entretanto, o Governo está a “apreciar e muito em breve” dará “nota” sobre o plano apresentado pela CP sobre a sua estratégia para enfrentar a liberalização do mercado europeu de transporte ferroviário de passageiros a partir de 01 de janeiro de 2019.

Por seu lado, “a estratégia da Renfe é fazer um plano estratégico que não existe”, disse à Lusa o presidente da RENFE, Isaías Táboas, acrescentando que esse projeto deverá estar finalizado até ao início de 2019.

De acordo com Oliveira Martins, RENFE e CP vão realizar uma cimeira conjunta em 03 de outubro próximo “para firmar outras intenções de parceria”.

“Não faremos nenhum movimento até termos um plano estratégico. Primeiro pensar, depois atuar, é isso que vamos fazer”, assegurou Isaías Táboas.

Portugal apenas pode alugar comboios a Espanha, uma vez que ambos os países têm bitola (distância entre carris) ibérica. Portugal ainda usa comboios a gasóleo uma vez que cerca de um terço da infraestrutura ferroviária portuguesa está por eletrificar.

As queixas sobre o serviço prestado pela CP subiram de tom recentemente e o tema já se tornou motivo de confronto político.

O presidente da CP, Carlos Gomes Nogueira, é ouvido na terça-feira no parlamento sobre a “degradação do material e do serviço prestado”, numa audição pedida pelo PSD.

Na quinta-feira, é a vez de o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, estar na comissão permanente para debater a situação da ferrovia.

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