“Este ano, temos sido brindados com sucessivas greves dos revisores”, ações que estiveram na origem da “supressão de 6.024 comboios” até agosto, afirmou o presidente da CP, Carlos Nogueira.

Intervindo numa audição na comissão parlamentar de Economia, Inovação e Obras Públicas no âmbito de um requerimento do PSD sobre a degradação do material e o serviço prestado, o responsável anunciou que está em curso “um plano para renegociar os acordos de empresa com 20 e tal organizações sindicais”, incluindo a Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário (EMEF).

“É um tema que está em cima da mesa e temos vindo a negociar”, assinalou.

Carlos Nogueira recordou que “umas vezes, o tribunal arbitral decreta serviços mínimos, outras vezes não”, e, quando isso não acontece, a empresa opta por recorrer a dois agentes por cada serviço, um dos quais o maquinista.

“Santa paciência, não vamos ficar reféns de um sindicato”, afirmou.

Várias estruturas sindicais têm vindo a marcar protestos na CP nos últimos meses, entre as quais o Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI) e a Associação Sindical dos Profissionais do Comando e Controlo Ferroviário (APROFER).

Na audição de hoje, Carlos Nogueira foi também questionado pelos deputados sobre a situação nas linhas de Cascais e de Sintra.

No que toca à de Cascais, não existe “nada de concreto” previsto ao nível de melhorias, notou o responsável, indicando que isso deverá estar contemplado no Programa Nacional de Investimentos 2030.

“É uma linha fechada, que não comunica com as restantes redes nacionais, e é uma linha com infraestrutura própria”, observou Carlos Nogueira, reconhecendo ser necessário “investimento na modernização”, bem como “repensar o sistema de alimentação”.

O gestor adiantou que “a CP não tem trabalho feito nesse domínio, aguarda indicações do Governo para avançar”.

Já no que toca à linha de Sintra, “a frota é relativamente nova”.

“Se forem feitas reparações pela EMEF, temos material de boa qualidade”, considerou ainda Carlos Nogueira.