O procedimento pré-contratual – que pode ser ajuste direto, concurso público, concurso limitado por prévia qualificação, procedimento de negociação ou diálogo concorrencial, segundo o Código dos Contratos Públicos – foi aprovado pelo Conselho de Administração da CP, em reunião de 07 de julho, que argumentou que o procedimento é necessário para a reparação e definiu que o valor total é de 236.497 euros, mais IVA, a repartir entre este ano (77.061 euros) e 2022 (159.436 euros).

A decisão foi tomada, segundo a deliberação do Conselho de Administração da CP, considerando a missão da empresa de prestar serviço de transporte ferroviário de passageiros e manutenção ferroviária e considerando "a necessidade da aquisição de serviço de apoio à reparação de Bogies para efeitos das mesmas atividades".

A CP, na mesma deliberação, publicada hoje em Diário da República, define que o encargo associado a esta nova contratação tem um prazo de execução até 16 meses, a executar entre os anos de 2021 e 2022.

Há ano e meio, em janeiro de 2020, reabriu portas a oficina de Guifões, Matosinhos, da EMEF - Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário, onde em tempos se repararam composições da CP, mas já só se fazia a manutenção de composições da Metro do Porto, uma reabertura no âmbito do plano para reforçar o material circulante da CP, recuperando comboios abandonados.

Meio ano após essa abertura, em junho de 2020, a CGTP, em comunicado, denunciou que a CP estava a mandar para Espanha material ferroviário que podia ser reparado no Entroncamento, nomeadamente, bogies e rodados, e alertou para a quebra de trabalho, por falta de material, na oficina de rodados e bogies no Entroncamento.

Esta quinta-feira, o Conselho de Ministros aprovou um concurso, a lançar este ano e adjudicar o contrato em 2022, para a compra pela CP de 117 novas automotoras elétricas, por 819 milhões de euros, esperando o Governo que o primeiro comboio chegue em 2026 e que a totalidade das composições esteja em circulação em 2029.

Os novos comboios vão ser direcionados para as zonas urbanas e serviço regional, estando também calendarizado o financiamento da compra de mais 22 comboios, já adjudicados aos suíços da Stadler.