Em entrevista à agência Lusa, o bastonário dos Veterinários, Jorge Cid, relatou que, só este ano, já chegaram à Ordem mais de uma dezena de queixas documentadas de falsos veterinários, mas estes casos são apenas a ponta de um icebergue, porque há muitas outras situações que não resultam em queixa formal.

A própria Ordem dos Veterinários já apresentou ao Ministério Público casos de falsificação de vinhetas de médicos veterinários e de crime de usurpação de funções. Até ao momento só houve uma condenação porque “os processos demoram muito tempo”.

“É preciso alertar a população em geral para que qualquer tratamento, qualquer vacina, qualquer atestado passado por um médico veterinário tem de ter uma vinheta, que é emitida pela Ordem”, avisa Jorge Cid. As exceções são apenas os médicos veterinários municipais e o Ministério da Agricultura, mas que usam documentos oficiais para o efeito.

Os casos de falsos veterinários ocorrem em animais de companhia, mas também entre animais de produção, em que há situações de criadores de animais ou auxiliares a praticar indevidamente medicina veterinária.

“Com estes falsos médicos veterinários está a ser posto em causa o respeito pela vida animal, a saúde do animal e, acima de tudo, a saúde pública”, sublinha o bastonário.

Jorge Cid descreve casos de animais “encharcados em antibióticos”, o que promove a resistência aos antimicrobianos e pode potenciar bactérias multirresistentes, sendo uma situação que deve ser encarada como “uma luta de todos em prol da saúde pública”.

A resistência aos medicamentos antimicrobianos para uso humano e animal tem sido um problema de saúde crescente nível mundial. Muitos dos agentes antimicrobianos usados em animais são igualmente utilizados em seres humanos e alguns desses agentes são essenciais para tratamento de infeções potencialmente fatais nos seres humanos.

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