O rapaz morreu hoje pouco depois das 00:00, na noite de Natal, disseram à Associated Press as autoridades de vigilância de fronteiras norte-americanas, a Customs and Border Protection (CBP).
A criança mostrou “sinais potenciais de doença” na segunda-feira e foi levada, juntamente com o pai, a um hospital em Alamogordo, no Estado do Novo México, onde lhe foi diagnosticada uma gripe e febre, sendo-lhe receitado amoxicilina e ibuprofeno.
O menino voltou ao hospital à noite com náuseas e vómitos e morreu quatro horas depois, acrescentou a CBP.
No comunicado, as autoridades explicam que o menino foi inicialmente diagnosticado com uma constipação comum e quando as autoridades se dispuseram a dar-lhe alta, perceberam que estava com febre.
A 8 de dezembro, a menina guatemalteca Jakelin Caal morreu no hospital de El Paso, Texas, por causas ainda não reveladas depois de ter sido detida com o pai, depois dos dois cruzarem ilegalmente a fronteira a partir do México na noite de 6 de dezembro.
Segundo o jornal The Washington Post, que citou o CBP, a menina teria falecido por "desidratação e choque".
O caso de Jakelin Caal gerou grande indignação nos Estados unidos e uma delegação de congressistas que visitou as instalações onde esteve detida denunciaram "falhas sistémicas" no processo e condições de higiene deploráveis.
Após a morte da menina, o Departamento de Segurança Nacional (DHS) anunciou uma investigação, cujos resultados serão apresentados ao Congresso e divulgados ao público.
Em busca de respostas
"Estou com o coração partido por saber da morte de uma segunda criança na detenção", escreveu no Twitter a representante da Câmara de Representantes por Nova Iorque, Nydia Velazquez.
"Devemos exigir responsabilidades, encontrar respostas e pôr fim à odiosa e perigosa política contra os migrantes desta administração", acrescentou, em alusão às políticas do governo Trump.
A União Americana de Liberdades Civis (ACLU) qualificou os factos de uma "tragédia assustadora". "O CBP deve prestar contas e parar de deter crianças. O novo Congresso deve ter como uma das suas primeiras prioridades realizar uma investigação ao DHS", declarou a ONG.
O presidente Donald Trump é defensor de uma política de tolerância zero contra a imigração, no âmbito da qual 2.300 migrantes menores de idade foram separados dos seus pais entre 5 de maio e 9 de junho, o que gerou indignação no país e no mundo.
Para conter a imigração, Trump quer construir um muro na fronteira com o México, cujo orçamento de 5 milhões de milhares de dólares é objeto de uma disputa com a oposição democrata, o que provocou uma paralisação parcial do governo federal que já dura quatro dias. O presidente disse que não vai ceder até obter os recursos para construí-lo.
Os migrantes que fogem da pobreza e da violência dos gangues em Honduras, Guatemala e El Salvador arriscam as suas vidas para chegar aos Estados Unidos pelas passagens do Novo México, Texas e Arizona.
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