“O período de funcionamento da iluminação pública vai ser reduzido. Vamos desligar mais cedo e vamos ligar mais tarde”, explicou aos jornalistas Gonçalo Lopes, depois da reunião do executivo municipal, onde o assunto foi abordado.
Gonçalo Lopes referiu que podem ser minutos, mas “convertidos em poupanças significativas”.
“Por outro lado, vamos fazer uma redução de luminárias acesas”, declarou, esclarecendo que a percentagem ainda está a ser estudada, sendo que o critério “terá de ser preparado com as Juntas de Freguesia”.
O autarca garantiu que, no caso da iluminação pública, está salvaguardada a questão da segurança.
“São horários que têm consequência naquilo que é a circulação das pessoas, seja em modo pedonal, seja em viaturas”, reconheceu, assegurando que o município vai ter “em atenção nas zonas mais habitacionais que este desligar de luzes não seja tão intenso como nos sítios onde há menos circulação de pessoas e de viaturas”.
O presidente da Câmara acrescentou que a medida de poupança energética vai abranger equipamentos e edifícios municipais.
“Da despesa que temos com eletricidade, um terço é referente a consumos próprios internos, muito associados àquilo que são as nossas infraestruturas e edifícios”, notou, exemplificando com piscinas, estádio ou escolas.
Neste caso, “não é tão rápido como o caso da iluminação pública”, mas também serão tomadas “medidas nessa área”, afiançou.
“Há também um incentivo à substituição de luminárias (..) e investimento na área da eficiência energética, mas cujo impacto demora muito mais tempo do que estas medidas táticas e de curto prazo que estamos a preparar”, disse.
Este ano, o orçamento da Câmara de Leiria é de 133,8 milhões de euros.
Sobre o aumento da fatura da eletricidade, o autarca adiantou que antes de ter começado a guerra na Ucrânia já havia este aumento, “resultante daquilo que era a crise pandémica e a crise da inflação”.
“Agora, com a crise económica que resulta da guerra, a tendência é para ainda ser mais assustador o aumento do custo da eletricidade”, declarou, admitindo que “se está a refletir “numa primeira instância nos combustíveis, no gás natural e, naturalmente, na eletricidade”.
Segundo Gonçalo Lopes, a Câmara não pode “adiar decisões, uma vez que os preços estão a subir diariamente”.
“Iremos ser muito rápidos a tomá-la [decisão]. Na próxima semana já iremos fazer essas alterações”, assegurou.
A Comissão Europeia avançou hoje com orientações aos Estados-membros para responder à escalada dos preços energéticos, explicando que os países podem intervir nas tarifas da luz perante “circunstâncias excecionais” e admitindo limites temporários na União Europeia (UE).
A comunicação da Comissão Europeia surge numa altura de aceso confronto armado na Ucrânia provocado pela invasão russa, tensões geopolíticas essas que têm vindo a afetar o mercado energético europeu já que a UE importa 90% do gás que consome, sendo a Rússia responsável por cerca de 45% dessas importações, em níveis variáveis entre os Estados-membros.
A Rússia é também responsável por cerca de 25% das importações de petróleo e 45% das importações de carvão da UE.
Ainda assim, já antes da guerra da Ucrânia se assistia a uma escalada do preço da eletricidade e a fortes subidas no mercado do gás.
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