"Há um consenso alargado no que diz respeito ao reforço do mecanismo europeu de Proteção Civil e nós aproveitámos para deixar a mensagem de que seria bom que uma parte deste mecanismo pudesse ficar sediada em Portugal, nomeadamente, atendendo às questões da secura do clima, de risco de fogos", disse Assunção Cristas à Lusa, a partir de Estrasburgo.
A líder centrista encontrou-se hoje com o presidente da Comissão Europeia, Jean Claude-Juncker, e o presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani, assim como o presidente do grupo do Partido Popular Europeu, Manfred Weber, em Estrasburgo, onde participou numa reunião do PPE, a família política europeia do CDS.
Nesses encontros, Assunção Cristas alertou também para a "importância de não secundarizar políticas tão relevantes como a Política Agrícola Comum (PAC) ou a Política de Coesão para, certamente com muita importância, elevar outros temas, como os da proteção, da defesa ou da segurança".
"Uma das questões que sinalizámos, de acordo com recomendações que temos vindo a fazer ao Governo, é a necessidade de aumento do orçamento europeu, precisamente para que as novas áreas não sejam desenvolvidas à conta de uma diminuição de recursos de outras áreas que são muito importantes para Portugal", disse à Lusa.
Assunção Cristas revelou que o comissário europeu responsável pelas matérias da Proteção Civil, o grego Dimitris Avramopoulos, realizará brevemente uma visita a Portugal.
"Senti um grande empenho quer por parte do presidente Juncker, quer por parte do presidente do Parlamento Europeu, que também tem uma sensibilidade forte nesta matéria, sendo italiano e também tendo havido desastres em Itália", afirmou, sublinhando que a ambos agradeceu o apoio prestado a Portugal.
Assunção Cristas quis dar visibilidade ao "trabalho que o CDS tem vindo a fazer e as preocupações principais em relação a questões europeias, nomeadamente em relação à negociação dos próximos fundos comunitários e ouvir as instituições, já no quadro da preparação das eleições europeias de 2019".
O Gabinete de Estudos do CDS vai organizar uma conferência sobre Europa no dia 22 de fevereiro, acrescentou à Lusa a líder centrista.
A Comissão Europeia propôs, a 23 de novembro de 2017, a criação de uma reserva de meios próprios da proteção civil da União Europeia, com aviões de combate a incêndios e bombas de água especiais, para fazer face a catástrofes como os fogos em Portugal.
A reserva de meios, que Bruxelas propõe chamar «rescEU» (inspirado no termo inglês para resgate) é um dos principais elementos das propostas apresentadas pelo executivo comunitário para reforçar o mecanismo de proteção civil europeu, uma vontade expressa do presidente da Comissão, Jean-Claude Juncker, na sequência dos devastadores incêndios florestais deste ano em Portugal.
Além da criação de capacidades próprias, que serão geridas pela Comissão Europeia para "complementar os recursos nacionais", o executivo comunitário propõe-se ajudar os Estados-Membros a reforçarem as respetivas capacidades nacionais, financiando a adaptação, a reparação, o transporte e os custos operacionais dos recursos dos mesmos.
No final de janeiro, o eurodeputado do CDS Nuno Melo defendeu que parte da futura estrutura a criar dentro do Mecanismo Europeu de Proteção Civil deve ficar sediada em Portugal, por ser um dos países mais afetados pelos fogos florestais.
A ideia foi avançada durante uma visita à zona de Pedrógão Grande e Lousã de uma delegação de eurodeputados do Partido Popular Europeu (PPE).
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