"Quando olhamos setor a setor da governação, o que nós percebemos é que tem havido aqui um engano sistemático, um logro permanente, para não ir para outra terminologia menos simpática", disse, sublinhando que "a verdade é que nós não estamos bem".
Assunção Cristas falava no encerramento do XVII congresso do CDS-PP/Madeira, que elegeu como novo líder Rui Barreto, primeiro subscritor da única moção de estratégia global, aprovada por 86% dos congressistas.
"Não estamos bem no Orçamento de Estado, não estamos bem na dívida que continua a não baixar, não estamos bem nas dívidas que acumulam em vários setores, com a saúde a ser o prior dos exemplos, não estamos bem naquilo que é o serviço público em áreas tão distintas quanto os transportes públicos, a saúde, a educação, a segurança", afirmou a líder centrista, destacando o caso do furto de material militar em Tancos em 2017.
"Como é possível que quase um ano e meio depois, nós continuemos envolvidos num enorme pântano?", questionou, referindo-se às notícias que indicam que o material não terá sido recuperado na totalidade.
Assunção Cristas afirmou que o tempo do governo "enganar toda a gente" está a esgotar, sobretudo devido às suas "profundas contradições", onde se destacam os dados que apontam 2017 como o "ano de maior carga fiscal de sempre".
"Temos um governo que não fala verdade às pessoas", disse, realçando, no entanto, que o país está "um bocadinho melhor" no crescimento económico, mas já "infelizmente a desacelerar".
A líder do CDS-PP defendeu que é necessário estimular a atividade empresarial privada para garantir o crescimento sustentável da economia e, por outro lado, salientou que é imperativo do partido "aumentar fortemente" o número de deputados na Assembleia da República.
"Precisamos de força não só para desmascarar, mas para arredar aquilo que tem sido o governo nacional", realçou.
O novo presidente do CDS-PP/Madeira disse, por seu lado, que o objetivo da atual liderança é afirmar o partido como a "terceira via para a governação da Madeira", considerando que, neste momento, a região autónoma vive "prisioneira de um governo [do PSD] que governa mal" e que "não responde aos problemas".
Rui Barreto, que sucede a Lopes da Fonseca, vincou também que o partido vai "avançar sozinho" para as eleições regionais de 2019, uma vez que não se deve ir a governo "nem a qualquer preço nem a qualquer custo".
"Que Deus nos livre de pensar em cenários pós-eleitorais nesta altura. Que não gastemos nem um minuto a pensar neste tipo de análise", advertiu, assegurando que não aceita coligações pré-eleitorais.
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